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Epidemia de fungo devastadora em São Paulo: recuperação de lavouras de uva atinge 95%

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No interior de São Paulo, a epidemia de 2024, provocada pelo fungo Glomerella cingulata, causou devastação nas lavouras, impactando significativamente a vitivinicultura, especialmente nas cidades do Circuito das Frutas, como Jundiaí, Louveira, Itatiba, Itupeva, Jarinu, Indaiatuba e Elias Fausto. A doença, conhecida como podridão da uva madura, levou a perdas extremas, com algumas propriedades relatando danos de até 100%. A situação alarmante fez com que muitos produtores enfrentassem não apenas desafios financeiros, mas também um forte desânimo em relação ao futuro da atividade.

Contudo, uma mobilização das equipes da Embrapa e dos órgãos estaduais resultou na implementação do Plano Emergencial de Controle à Podridão Madura da Uva. Este plano visou a recuperação de 13 propriedades rurais que, ao seguirem rigorosamente as recomendações técnicas, conseguiram recuperar até 95% de sua produção de uvas Niágara. Os dados dessas experiências são fundamentais para a formação de um protocolo unificado de manejo da doença, que será aprimorado através de novas diretrizes a serem apresentadas durante eventos programados para 16 e 18 de setembro.

A infecção pela Glomerella cingulata resulta no apodrecimento das bagas, comprometendo a viabilidade comercial da colheita. Historicamente, alguns produtores chegaram a antecipar a colheita, comercializando uvas ainda verdes, o que prejudicou a qualidade e o valor de mercado. A preocupante situação também ameaçava eventos tradicionais, como a Festa da Uva em Jundiaí, evidenciando a importância econômica e cultural da vitinicultura na região.

Conforme avanços nas práticas de manejo e recomendações emergenciais, foi observada uma mudança na atitude dos produtores. O pesquisador Lucas Garrido destacou que a epidemia resultou de um conjunto de fatores climáticos e de manejo inadequado. Muitas vezes, o uso de fungicidas foi ineficiente, ou os tratamentos não foram aplicados quando necessários. Para evitar que a situação se repetisse, a Embrapa enfatizou a importância de uma gestão eficaz, incluindo a remoção de restos culturais, a aplicação correta de fungicidas e ajustando equipamentos.

Histórias como a de Atalívio Rufino, que quase perdeu toda sua produção, mostram como é possível reverter a situação com as devidas orientações e práticas adequadas. Entre os avanços realizados, ele destaca a mudança na forma de manejo de restos culturais e a melhoria na pulverização.

Ademais, a pesquisa em andamento busca entender melhor o fungo e sua diversidade na região, o que poderá contribuir para um controle mais eficiente por meio de um protocolo consolidado de manejo integrado. Apesar dos progressos, os especialistas alertam para a necessidade de constante vigilância, uma vez que o patógeno pode se manter dormente e a prevenção continua sendo a melhor estratégia para consolidar os resultados obtidos até o momento.

As iniciativas colaborativas não apenas têm melhorado a produção, mas também renovado a confiança dos vitivinicultores. O sentimento de esperança e otimismo começa a predominar, com os produtores cada vez mais convencidos de que soluções práticas podem ser encontradas para enfrentar os desafios que a doença impõe. A comunidade espera ansiosamente pelos eventos que trarão novas informações e fortalecerão as práticas de manejo, essenciais para a recuperação e o crescimento contínuo da vitivinicultura na região.

Com informações da Embrapa
Fotos: Foto: Rafael Mingoti / Embrapa

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