No Semiárido brasileiro, os estados de Alagoas, Pernambuco e Sergipe testemunham uma transformação significativa por meio de um projeto inovador que implementa seis rotas de turismo sustentável, empoderando mulheres e jovens nas comunidades locais. As ações lideradas por estes grupos promovem não apenas a autoestima das participantes, mas também têm um impacto direto na economia regional, com uma expectativa de gerar até R$ 1,5 milhão por ano em receita através do turismo de base comunitária.
O projeto, que é uma colaboração da Embrapa Alimentos e Territórios e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), busca valorizar a rica cultura alimentar da região, promovendo a inclusão produtiva e a preservação de saberes tradicionais. Mais de 500 participantes estão diretamente envolvidas, com um impacto abrangendo mais de cinco mil pessoas nos territórios atendidos.
A metodologia aplicada é participativa, resultando na criação da rede “Territórios dos Saberes e Sabores”, que fortalece a autonomia das comunidades. Essa abordagem inovadora conecta a biodiversidade da região, a produção agroalimentar e a história local, permitindo que a cultura e os sabores dos territórios sejam contados e vivenciados pelos turistas. A ideia é simples, mas poderosa: os alimentos são portadores de histórias, identidades e modos de vida.
Com o turismo sendo uma estratégia econômica, a previsão é que cada uma das rotas turísticas gere uma renda anual significativa. Calculando um cenário moderado de visitantes, o potencial de geração de renda pode rapidamente exceder as estimativas, provando que a estruturação do turismo comunitário é uma alternativa viável para o desenvolvimento sustentável da região.
Além disso, diversas experiências gastronômicas e práticas sustentáveis estão sendo promovidas nas rotas, que valorizam ingredientes nativos e saberes locais. Cada rota proporciona aos turistas uma imersão na cultura e no cotidiano das comunidades, com destaque para o protagonismo feminino. Mulheres desempenham papéis cruciais, liderando associações e iniciativas, enquanto os jovens são incentivados a se tornarem guias e multiplicadores de conhecimento.
Nesse contexto, o projeto se alinha a objetivos de desenvolvimento que buscam a diversidade econômica e a valorização do patrimônio cultural. As experiências vividas e as transformações geradas reforçam a importância do turismo sustentável como um instrumento de inclusão e empoderamento em comunidades tradicionalmente marginalizadas. A combinação de saberes, sabores e histórias culturais promete um futuro promissor para o Semiárido nordestino.
Com informações da Embrapa
Fotos: Foto: Fabiano Estanislau / Embrapa