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Brasil propõe observatório global da biodiversidade do solo para monitoramento e preservação ambiental

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O Brasil acaba de liderar uma importante iniciativa para a criação de um observatório global dedicado à biodiversidade do solo, uma ação que se propõe a unificar bancos de dados, padronizar indicadores e apoiar políticas ambientais em diversas nações. De acordo com estimativas, o solo é responsável por abrigar cerca de 59% da biodiversidade terrestre, o que o torna um componente crítico para a saúde do nosso planeta, embora ainda seja bastante negligenciado em termos de monitoramento. A Embrapa, em colaboração com cientistas de quatro de suas unidades, desempenha um papel fundamental nesse projeto.

O observatório, denominado Glosob (Global Soil Biodiversity Observatory), foi apresentado e aprovado durante uma reunião da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) e pode ser oficialmente lançado na Conferência das Nações Unidas sobre Biodiversidade, programada para 2026. Essa proposta, detalhada em uma publicação recente na revista “Nature Ecology and Evolution”, é fundamental para estabelecer um sistema de monitoramento padronizado da biodiversidade do solo, que é essencial para a manutenção da vida no planeta e extremamente vulnerável a alterações climáticas e à degradação ambiental resultante de práticas inadequadas de uso do solo.

Um dos pesquisadores envolvidos, George Brown, da Embrapa Florestas, aponta que existem atualmente apenas dois indicadores reconhecidos nas convenções internacionais sobre solo, os quais não contemplam a diversidade biológica do solo nem as interações que são vitais para os ciclos biogeoquímicos. O Glosob visa superar essa lacuna, buscando identificar áreas cruciais para a biodiversidade do solo e pontos estratégicos para monitoramento, garantindo assim que os dados coletados sejam representativos e úteis para a formulação de políticas públicas embasadas em evidências.

A estrutura do Glosob terá cinco eixos principais: padronização de métodos de medição, integração da biodiversidade em levantamentos convencionais, aumento do suporte financeiro e institucional, conscientização sobre o papel vital do solo e incentivação à colaboração em melhores práticas e modelos legais para a proteção do ecossistema solo. Esses pilares serão essenciais para garantir que todos os países, independentemente de sua capacidade técnica, possam participar dessas iniciativas.

Além disso, o projeto incorporará uma abordagem colaborativa, engajando comunidades indígenas, formuladores de políticas e especialistas para garantir que as iniciativas atendam às realidades locais. O sucesso do Glosob depende de uma implementação cuidadosa, com acompanhamento por um comitê diretor de especialistas que avaliará o progresso das ações.

Com a aprovação da proposta em 2024, espera-se que a discussão sobre a biodiversidade do solo ganhe força, especialmente entre os países que são signatários da Convenção da Biodiversidade. As expectativas são altas para que, na COP 17 em 2026, diversos países apresentem estratégias concretas para a implementação do Glosob em suas respectivas regiões.

A criação deste observatório não só permitirá um melhor entendimento da diversidade biológica como também facilitará a identificação de práticas sustentáveis para a conservação do solo e o pleno uso de seus recursos. Dessa forma, a iniciativa se alinha com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, contribuindo para ações que visam acabar com a fome, promover boa saúde, garantir água limpa e combater a mudança climática, entre outros objetivos fundamentais.

Com informações da Embrapa
Fotos: Foto: Cíntia Niva / Embrapa

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