DIU-LNG e Desogestrel: Novas Opções de Tratamento para Endometriose pelo SUS
Mulheres que enfrentam a endometriose contarão com novas opções de tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS): o Dispositivo Intrauterino Liberador de Levonogestrel (DIU-LNG) e o desogestrel. Essas tecnologias de base hormonal foram recentemente incorporadas pelo Ministério da Saúde, visando melhorar a qualidade de vida das pacientes.
O DIU-LNG atua suprimindo o crescimento do tecido endometrial fora do útero e é uma alternativa para mulheres que não podem usar contraceptivos orais combinados (COCs). Sua troca é necessária apenas a cada cinco anos, o que facilita a adesão ao tratamento.
Por outro lado, o desogestrel é um anticoncepcional hormonal que inibe a ovulação e pode reduzir a dor associada à endometriose, além de dificultar a progressão da doença. Este medicamento pode ser indicado como primeira linha de tratamento, mesmo antes da confirmação diagnóstica.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou que essas inovações garantem cuidados eficazes e oportunos para milhares de mulheres que lidam diariamente com os efeitos da endometriose.
A incorporação do DIU-LNG e do desogestrel foi formalizada por meio das Portarias SECTICS/MS N° 41/2025 e N° 43/2025, após recomendações favoráveis da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec). Para que esses tratamentos sejam efetivamente disponíveis, é necessário a atualização do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Endometriose.
Aumento na Assistência ao Paciente
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a endometriose afeta cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva, totalizando mais de 190 milhões de pessoas globalmente. No Brasil, o SUS registrou um aumento significativo no atendimento a pacientes com a doença: 30% a mais na Atenção Primária e 70% na Atenção Especializada entre 2022 e 2024.
Além disso, as internações devido à endometriose aumentaram 32% no mesmo período.
Tratamentos Oferecidos pelo SUS
O SUS disponibiliza tanto tratamentos clínicos quanto cirúrgicos para a endometriose. Na abordagem clínica, são oferecidas terapias hormonais, incluindo progestágenos e análogos do hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH), além de analgésicos e anti-inflamatórios para alívio da dor.
Em casos cirúrgicos, procedimentos como videolaparoscopia, laparotomia e histerectomia estão disponíveis, dependendo da complexidade da condição.
Em síntese, a endometriose causa o crescimento de tecido endometrial fora do útero, resultando em inflamações e sintomas como cólicas intensas, dor pélvica crônica, dor durante a relação sexual e infertilidade. A adoção de novas opções de tratamento pelo SUS representa um avanço significativo no cuidado dessas pacientes.