Na última quarta-feira, dia 15, a Prefeitura de Santana do Ipanema promoveu, através da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural, Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semdrumah), o V Encontro dos Profetas das Chuvas do Sertão Alagoano. Este evento, que já se tornou uma tradição na região, atraiu um grande público e contou com a participação de oito profetas populares, todos compartilhando a expectativa de um bom inverno, apesar da previsão de que as chuvas serão menos volumosas do que no ano anterior.
Os profetas, utilizando a sabedoria acumulada ao longo de gerações, baseiam suas previsões em observações cuidadosas de fenômenos naturais, como o comportamento de animais, o crescimento de plantas e até mesmo os movimentos dos astros. Dentre os participantes, Luizinho Ribeiro, de 80 anos, foi o primeiro a se apresentar. Ele, que já participou de todas as edições do evento, trouxe a experiência que herdou de seu avô. Segundo Luizinho, a análise das flores do ipê roxo e da craibeira sugere que o ano terá uma boa média de chuvas, ainda que com uma produção reduzida.
Reginaldo Teixeira, de 56 anos, também santanense, observou a quantidade de cachos do pé de coco ouricuri, que passou de quatro em 2022 para sete neste ano. Com isso, ele prevê que, embora haja pouca chuva, haverá um bom inverno e uma lavoura promissora. Alivan do Caracol, igualmente de 56 anos, baseou suas previsões na observação dos passarinhos e do pé de ouricuri. Para ele, a canção do pássaro “três cocos” nas madrugadas é um sinal de chuvas iminentes.
Genivaldo Vieira da Silva, de 67 anos e originário de Inhapi, trouxe uma tradição familiar ao encontro. Seu pai e os vizinhos costumavam se reunir para discutir as previsões de chuva. Ele apresentou um galho de trapiá, que, em anos secos, não produz frutos. A expectativa é de que este ano tenha um inverno com metade das chuvas do ano passado, mas com uma produção bastante significativa.
Severino de França, carinhosamente chamado de seu Biu, também compartilhou suas impressões. Ele estuda a natureza desde jovem, analisando o comportamento dos animais e os ciclos das plantas. Para este ano, ele acredita que haverá boas chuvas.
Com 88 anos, Antônio Veríssimo observou que, na madrugada anterior ao evento, a lua estava em um formato que indicava a possibilidade de chuvas. Hélio dos Santos, conhecido como Mororó, disse que os sinais da natureza apontam para um bom ano de lavoura, refletindo sobre o comportamento de aranhas e formigas. Finalizando as apresentações, Sebastião Damasceno, um santanense com forte conexão com a caatinga, destacou que sua experiência o leva a crer que as chuvas serão significativas neste ciclo, baseando-se na fase lunar.
O evento ainda contou com apresentações culturais, incluindo violeiros, cordelistas, e repentistas, unindo uma diversidade de pessoas, incluindo autoridades e empresários. O encerramento foi marcado pela entrega de troféus aos profetas e homenagens a pioneiros que contribuíram para o sucesso dos encontros passados, celebrando assim a riqueza cultural e as tradições do sertão alagoano.
Com informações e fotos da Prefeitura de Santana do Ipanema