Um estudo inovador realizado por pesquisadores brasileiros trouxe à tona as principais doenças que afetam a produção de macadâmia no Brasil. A queima dos racemos, a podridão do tronco, a antracnose nos frutos e a mancha foliar foram identificadas como as enfermidades mais prejudiciais à cultura. Fungos como Cladosporium xanthochromaticum, Colletotrichum siamense e Lasiodiplodia pseudotheobromae foram relatados pela primeira vez como causadores de doenças na macadâmia.
Essas descobertas foram resultado de uma pesquisa conduzida pela Embrapa Meio Ambiente em parceria com a Universidade Estadual Paulista (Unesp) e a empresa QueenNut Macadâmia. O estudo analisou amostras coletadas no município de Dois Córregos (SP) ao longo de dois anos, revelando dados inéditos sobre a incidência de doenças e seus agentes causais.
O pesquisador Bernardo Halfed, da Embrapa, destacou a importância de conhecer as principais doenças que afetam a cultura da macadâmia e as práticas adequadas de controle e prevenção. Até então, as informações disponíveis baseavam-se em relatos de outros países produtores de macadâmia, levando muitas vezes à adoção de medidas ineficazes de controle.
A queima dos racemos e a podridão do tronco foram apontadas como as doenças mais preocupantes, capazes de causar perdas significativas na produtividade. Além disso, os pesquisadores identificaram pela primeira vez no mundo os fungos Cladosporium xanthochromaticum e Colletotrichum siamense como agentes causadores de doenças na macadâmia.
Com base nessas descobertas, foram propostas estratégias de manejo que incluem práticas culturais, ventilação do dossel e o uso criterioso de fungicidas. A correta identificação das enfermidades e a adoção de medidas de controle são essenciais para mitigar os impactos das doenças, promover a sustentabilidade da produção e fortalecer a presença brasileira no mercado global.
A produção nacional de macadâmia, que representa apenas 2% da produção global, tem potencial de crescimento. Concentrada nos estados de São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais, a cultura ocupa cerca de 6 mil hectares. Com o manejo adequado das doenças identificadas, a produção de macadâmia no Brasil pode se tornar mais competitiva e sustentável, atraindo novos investimentos e gerando benefícios para toda a indústria agrícola.
Além disso, o estudo contribui para a prevenção da entrada de patógenos exóticos nas plantações brasileiras de macadâmia, por meio do monitoramento e adoção de medidas de exclusão. Com isso, a cadeia produtiva da macadâmia no Brasil pode se fortalecer e se destacar no mercado global, tornando-se uma importante fonte de matéria-prima para diversos produtos alimentícios.
Com informações da Embrapa
Fotos: Foto: Jeanne Prado / Embrapa