A cultivar de amoreira-preta BRS Karajá, desenvolvida pelo Programa de Melhoramento Genético da Embrapa, é considerada a melhor dentre as cultivares sem espinhos. Com um ciclo antecipado em relação à cultivar Tupy, a mais plantada no Brasil, a BRS Karajá se destaca pela sua adaptação às Regiões Sul e Sudeste do país. A ausência de espinhos na planta confere maior agilidade na colheita, preservando a qualidade do fruto e facilitando o trabalho dos agricultores. Além disso, a BRS Karajá é indicada tanto para o mercado industrial como para a venda in natura, apresentando um alto potencial produtivo, com uma produção que varia de 1,4 kg/planta a 2,5 kg/planta.
Recentemente desenvolvida pela Embrapa, a BRS Karajá é a terceira amoreira-preta sem espinhos lançada pela instituição. Entre suas vantagens, destaca-se o aumento da eficiência da colheita e na poda em relação às cultivares com espinhos, diminuindo o tempo necessário para realizar os tratos culturais e aumentando a disponibilidade de mão de obra para o manejo da cultura. A coordenadora do programa de melhoramento genético em amoreira-preta, Maria do Carmo Bassols Raseira, ressalta que a BRS Karajá se destaca também pela acidez e amargor inferiores aos das frutas das cultivares sem espinhos anteriormente lançadas.
A nova amora, de acordo com Bassols, é indicada para congelamento, processamento ou consumo fresco. A denominação da BRS Karajá segue a tradição de identificar as cultivares de amoreira-preta com nomes de povos indígenas em homenagem aos primeiros brasileiros. Registrada em março de 2023 no Ministério da Agricultura, a BRS Karajá terá seu lançamento oficial durante a 47ª Expointer, em Esteio (RS), no espaço da Embrapa.
A produção de amora no Brasil tem crescido nos últimos anos, com números expressivos de produtividade e áreas plantadas. Atualmente, o país conta com dez cultivares adaptadas às condições brasileiras, atendendo às demandas dos agricultores e do mercado. A BRS Karajá, fruto de cruzamentos entre cultivares norte-americanas, apresenta plantas de crescimento ereto, sem espinhos, e uma colheita que se inicia mais cedo em comparação a outras cultivares. Suas características permitem uma produção média de 18 t/ha/ano, tornando-a uma opção promissora para os produtores de amora no país.
Com informações da Embrapa
Fotos: Foto: Rodrigo Franzon / Embrapa