O dia 9 de agosto é celebrado internacionalmente como o Dia dos Povos Indígenas, uma data que busca reconhecer e valorizar a diversidade cultural e as contribuições significativas desses povos para a sociedade. Além disso, é um momento para destacar a luta contínua pela preservação dos direitos e territórios indígenas. A importância desta data remonta a dezembro de 1994, quando a Assembleia Geral das Nações Unidas, por meio da resolução 49/214, estabeleceu o dia em reconhecimento aos povos indígenas, após a realização da primeira reunião do grupo de trabalho da ONU sobre populações indígenas.
Flávio Moraes, professor de História e integrante da coordenação do Núcleo de Estudo Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), enfatiza a importância da data como um momento para refletir sobre a autodeterminação dos povos indígenas em nível internacional. Ele destaca a necessidade de conscientização da sociedade sobre os esforços constantes que esses povos fazem para manter, desenvolver e ser reconhecidos na sociedade contemporânea, combatendo preconceitos e estereótipos.
De acordo com os dados do Censo de 2022 do IBGE em parceria com a Funai, estima-se que existam aproximadamente 1.693.535 pessoas autodeclaradas indígenas no Brasil, representando 0,83% da população. Um total de 25.725 indígenas reside em Alagoas, distribuídos em mais de 10 comunidades.
Na Ufal, o Neabi tem desempenhado um papel fundamental na implementação de pesquisas e ações afirmativas em prol dos povos indígenas. O Neabi reconheceu a importância de discutir a temática indígena e incluí-la nas pautas da Universidade, promovendo a inclusão e valorização dessas comunidades. O Campus do Sertão, onde o Neabi está localizado, abriga uma população significativa de estudantes indígenas, com aproximadamente 120 alunos autodeclarados matriculados.
Além disso, iniciativas como o programa Pró-Identidades Indígenas têm apoiado projetos pedagógicos e de divulgação de saberes diversos, visando o desenvolvimento e a promoção das culturas indígenas. Outros projetos, como o “Solo vivo”, realizado em colaboração com o Povo Wassu Cocal, demonstram a importância de resgatar e valorizar os conhecimentos tradicionais sobre a agrobiodiversidade e a geodiversidade.
Diante dos desafios atuais, Flávio ressalta a importância de uma maior conscientização e engajamento da sociedade na discussão das pautas indígenas, enfatizando a necessidade de uma formação adequada para uma atuação mais efetiva. A inclusão e o reconhecimento dos povos indígenas são fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Com informações e fotos da UFAL