Gabriel Medina, ícone do surfe mundial, conquistou um feito inédito neste sábado, dia 3, ao assegurar a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, disputados nas avassaladoras ondas de Teahupo’o, no Taiti. Medalhista pela primeira vez no evento mais grandioso do esporte mundial, o tricampeão mundial de surfe consagra um capítulo brilhante de sua já vitoriosa carreira. “Eu sou um homem em uma missão”, declarava Medina em março, durante o ISA Games em Porto Rico, ocasião em que buscava sua classificação para os Jogos. Com a tarefa agora cumprida, o surfista brasileiro emerge como uma das grandes lendas do esporte no país.
A trajetória que culminou na histórica conquista teve altos e baixos, marcados por decepções, persistência e, sobretudo, superação. Medina, que foi o último dos 24 atletas a garantir um lugar nos Jogos Olímpicos, dedicou-se completamente após conseguir a vaga, estabelecendo como meta principal a tão cobiçada medalha. Sua performance consistente ao longo da competição seduziu o público e cravou sua marca no imaginário coletivo do surfe global. Desde as quartas de final, quando superou o japonês Kanoa Igarashi, até a disputa pelo bronze contra o peruano Alonso Correa, Medina demonstrou um surfe de altíssimo nível, mesmo nas mais adversas condições.
A movimentação nas redes sociais foi intensa, especialmente após a emblemática foto de Medina pegando tubos perfeitos durante a revanche com Igarashi — imagem que viralizou e lhe rendeu mais de um milhão de novos seguidores. O ápice de seu esforço no torneio foi, contudo, na semifinal, onde encontrou o australiano Jack Robinson, o mesmo rival que havia frustrado sua tentativa de qualificação para a vaga olímpica em 2023, ao vencê-lo na final da Liga Mundial de Surfe, também em Teahupo’o.
Outro ponto alto destes Jogos Olímpicos foi a ressurreição da parceria vencedora entre Gabriel Medina e seu padrasto e treinador Charles, o “Charlão”. A colaboração foi decisiva para alcançar a medalha, um momento tão aguardado e celebrado por ambos. Emocionado, Medina declarou: “Meu padrasto me ajudou bastante e estou muito orgulhoso. Esse meio ano só pensava nisso. Agora, conseguimos a medalha e posso ir para casa sabendo que minha família está orgulhosa”.
Essa jornada até a medalha olímpica teve outros momentos marcantes. Medina lutou incessantemente para conseguir uma vaga, um desafio gigantesco que incluiu superar a derrota para Robinson em 2023. Sua determinação culminou na oportunidade nos ISA Games em Porto Rico, onde sua atuação não só lhe rendeu o título individual, mas também foi peça-chave para a conquista do título por equipes do Brasil.
A preparação para Paris 2024 foi intensa e dedicada. Medina, que deixou Tóquio 2020 sem medalha após uma polêmica semifinal contra Igarashi, encontrou em Teahupo’o um lugar mais que simbólico para alcançar sua tão sonhada conquista, um spot onde sempre se destacou ao longo da carreira e onde coleciona vitórias memoráveis.
Com a medalha garantida, Medina fechou um capítulo que certamente figura entre os mais significativos de sua trajetória. “Eu queria muito essa medalha e fico feliz de ter conquistado. Veio mais onda, tive mais oportunidade e graças a Deus conseguimos conquistar o bronze”, comemorou o surfista. Rodeado pela euforia de sua conquista, Gabriel Medina não só atingiu seu objetivo, como também reafirmou o amor e dedicação que sempre teve pelo Brasil.
Com informações do Comitê Olimpico do Brasil
Legenda Foto: Time BrasilMedalha de bronze nos Jogos Paris 2024 concretiza jornada olímpica de Gabriel MedinaTricampeão mundial colocou a competição como prioridade e celebrou a conquista de sua primeira medalha olímpica nas ondas de Teahupo´oO medalhista brasileiro Gabriel Medina, bronze no masculino. Foto: William Lucas/COB.TagsJogos Olímpicos Paris 2024Navegue por tópicos“Eu sou um homem em uma missão”, assim Gabriel Medina se descreveu quando buscava a classificação olímpica, em março, durante o ISA Games, em Porto Rico. Agora, mais do nunca, a missão está cumprida. O surfista Gabriel Medina fez história neste sábado, dia 3, e conquistou a medalha que faltava à sua vitoriosa carreira. O bronze nos Jogos Olímpicos Paris 2024 veio no cenário perfeito, na mítica onda de Teahupo’o, no Taiti, e consagra o brasileiro como uma das grandes lendas do esporte nacional. O último capítulo de um roteiro que poderia ter sido escrito para o cinema aconteceu contra o atleta do Peru, Alonso Correa. Para chegar ao pódio olímpico, Medina atravessou momentos de decepção, persistência e superação nos últimos dois anos. O brasileiro, tricampeão mundial, foi o último dos 24 atletas a se classificar para os Jogos Olímpicos, mas assim que garantiu a vaga se preparou integralmente para alcançar o seu principal objetivo, ou melhor, cumprir uma missão: a medalha olímpica.“Os Jogos Olímpicos são o maior palco de esporte que podemos ter no mundo. E agora eu sou medalhista. É muito difícil. Eu sei o quanto trabalhei. Eu sempre assisto esportes em geral e sei o quanto é difícil. Então, fico feliz de ter sido um desses caras, um desses três que podem ganhar medalha no surfe masculino. Como falei, dei o meu melhor, não queria deixar passar mais uma oportunidade porque Tóquio foi muito perto”, completou.Ao longo da competição, Gabriel Medina foi apresentando ao mundo seu melhor surfe nas mais distintas condições. Nas quartas de final, em uma revanche dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020 contra o japonês Kanoa Igarashi, em uma bateria épica, fez história ao pegar tubos perfeitos, eternizados em uma foto que viralizou em todo o mundo e o fez ganhar mais de 1 milhão de seguidores nas redes sociais.Na semifinal, em uma bateria com poucas ondas, o brasileiro foi superado pelo australiano Jack Robinson, que em 2023 venceu Gabriel na final da Liga Mundial de Surfe, em Teahupo’o, tirando a chance de uma vaga olímpica naquela ocasião.Os Jogos Olímpicos de 2024 também marcaram a retomada da parceria vencedora entre Gabriel e seu padrasto Charles, que foi seu treinador ao longo de grande parte da carreira e contribuiu muito para o sucesso e os títulos de Medina.“Meu padrasto aqui me ajudou bastante e estou muito orgulhoso. Como eu falei, esse meio ano eu só pensava nisso. Agora, finalmente, conseguimos a medalha, posso ir para casa sabendo que minha família está orgulhosa de mim. Mandar um beijo também para todo mundo que torceu, o Brasil inteiro. Sou apaixonado pelo nosso país, independentemente de qualquer coisa. Fico feliz de ter levado uma medalha para nós. Fico feliz de deixar a galera orgulhosa. Sei que minha mãe está em casa, o Charlão chorou aqui. Então, vendo de perto, sei o quanto significa, sabe? E fico feliz de deixar os outros felizes e estou feliz com a minha performance. Dei o meu melhor”, celebrou o surfista.Gabriel Medina e seu padrasto e técnico Charles, o “Charlão”. Foto: William Lucas/COBMedina lutou muito para chegar aos Jogos Olímpicos e, consequentemente, à medalha de ouro. Em 2023, ficou muito perto da briga por uma das vagas olímpicas para brasileiros, mas a derrota para o australiano Jack Robinson na final da etapa do Circuito Mundial, justamente em Teahupo´o, adiou seu sonho.Restava apenas uma chance e ela dependia não somente dele, mas também de um trabalho em equipe. No ISA Games, em Porto Rico, Medina afirmou que era “um homem em uma missão” e ativou seu modo competidor.No fim de uma longa jornada, foi o grande campeão individual, mas o passaporte olímpico só foi carimbado mesmo com o título por equipes do Brasil, com as fundamentais contribuições de Filipe Toledo e Yago Dora.A partir daí, Medina direcionou toda sua preparação para chegar nos Jogos Olímpicos no auge. E a competição teve alguns sentimentos especiais para o brasileiro. Após deixar Tóquio 2020 sem medalha, em uma derrota contestada na semifinal Kanoa Igarashi, Medina ganhou motivação dobrada para representar o país novamente no maior evento do mundo. E o palco para isso não poderia ser melhor. Teahupoo, sua onda favorita no mundo, e onde tem um retrospecto impressionante. De 2014 a 2024, avançou às semifinais em todas as edições do campeonato. Foi à decisão em seis e conquistou o título duas vezes.Gabriel Medina na bateria de disputa da medalha de bronze. Foto: William Lucas/COB.“Eu queria muito estar aqui. Era meu objetivo vindo para cá. Claro que eu queria estar na final, mas tivemos uma outra oportunidade de ir para cima do bronze e não quis deixar escapar. Tóquio foi uma semifinal que ficou na minha cabeça. Eu falei, “Pô, de novo não”. Essa medalha tem que ir para casa. Fico feliz de ter conquistado, veio mais onda, tive mais oportunidade e graças a Deus conseguimos conquistar o bronze”, detalhou Medina, que valorizou a conquista na competição.TagsJogos Olímpicos Paris 2024