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Envelhecimento populacional e desigualdade de gênero: a necessidade de ampliar a atuação do Estado nos cuidados com os idosos.

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No último dia 12 de abril de 2024, durante o seminário intitulado “Cuidado como trabalho, cuidado como direito”, realizado pela Secretaria da Mulher, diversas personalidades destacaram a importância de ampliar a atuação do Estado no cuidado com os idosos. A deputada Maria do Rosário (PT-RS) ressaltou a necessidade de profissionalização dos cuidadores e a permanência dos idosos em seus ambientes familiares sempre que possível.

Durante o evento, a pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Ana Luísa Barbosa apresentou dados alarmantes sobre a desigualdade de gênero no que diz respeito ao trabalho de cuidado não remunerado. Segundo ela, as mulheres dedicam, em média, mais de 21 horas por semana a essas atividades, enquanto os homens dedicam entre 10 e 11 horas semanais. Além disso, as mulheres mais pobres são as mais afetadas por essa sobrecarga de trabalho não remunerado, sendo muitas vezes mães solteiras e incapazes de arcar com os custos de cuidadores.

A secretária nacional de Cuidados e Família, Laís Abramo, destacou que a elaboração de um plano nacional de cuidados deve considerar as desigualdades de classe, gênero, raça, idade e territórios, visando transformar a atual organização social dos cuidados no Brasil. Segundo Abramo, a sobrecarga de cuidados prejudica a participação das mulheres no mercado de trabalho e na vida pública, limitando suas oportunidades de desenvolvimento profissional e político.

A relatora do grupo de trabalho Política de Cuidado na Câmara, deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP), enfatizou a importância de políticas públicas que reconheçam e redistribuam o trabalho de cuidado de forma igualitária entre Estado, empresas, família e comunidade. O grupo de trabalho, criado pela bancada feminina, busca contribuir para a formulação de políticas relacionadas ao tema e promover a igualdade de gênero no cuidado com os idosos e na divisão do trabalho doméstico.

Diante do envelhecimento populacional e da crescente demanda por cuidados, é fundamental que o Estado assuma um papel mais ativo nessa área, garantindo o bem-estar e a dignidade dos idosos, além de promover a igualdade de gênero e a inclusão das mulheres no mercado de trabalho e na vida pública.

Com informações da Camara dos Deputados

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