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Brasil e Índia firmam parceria inovadora para impulsionar genética na pecuária leiteira global

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A Embrapa, em uma iniciativa inovadora, firmou um Memorando de Entendimento com um consórcio de cinco empresas para ampliar a cooperação científica e tecnológica entre o Brasil e a Índia. Este acordo, com duração de dez anos, estabelece um foco na transferência e validação de tecnologias genômicas que visam aprimorar a pecuária leiteira indiana. O grupo é composto por três empresas indianas — Leads Agri Genetics Private Limited, LeadsConnect Services Private Ltd e B.L. Kamdhenu Farms Limited — e duas brasileiras: Fazenda Floresta e DNAMARK.

O embaixador da Índia no Brasil, Dinesh Bhatia, ressaltou a importância histórica desse acordo, que marca a primeira colaboração formal entre os setores de genética bovina dos dois países, destacando o uso de técnicas modernas de reprodução animal. Essa ação é uma extensão de um memorando prévio assinado entre a Embrapa e o Conselho Indiano de Pesquisa Agrícola (ICAR), o que evidencia um esforço contínuo em fortalecer as relações na pesquisa agropecuária.

A presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, comentou sobre a longa história de colaboração entre Brasil e Índia na área de melhoramento genético, enfatizando que, nos últimos anos, a incorporação de tecnologias como a biotecnologia e bioinformática tem revolucionado a abordagem tradicional, ampliando as possibilidades de aumentar a produtividade leiteira em ambos os países. Para Silvia, essa cooperação não apenas eleva a posição da Embrapa no cenário global, mas também abre caminho para uma variedade de projetos em diferentes áreas, como biotecnologia e inteligência artificial.

Um dos pesquisadores da Embrapa, Marcos Vinícius Silva, destacou que esta colaboração permitirá a transferência e adaptação das tecnologias brasileiras em um dos maiores mercados de laticínios do mundo. Os benefícios serão mútuos, com o Brasil contribuindo com seu expertise enquanto ganha acesso a dados genômicos indianos que podem aprimorar suas próprias estratégias de melhoramento genético.

Os projetos que surgirão desse compromisso irão abranger temáticas como mudanças climáticas, bioprodutos, e agricultura digital, prometendo um impacto significativo na sustentabilidade dos sistemas produtivos no futuro. Entre os projetos planejados, destaca-se o apoio à criação de um laboratório de genômica na Índia, destinado a replicar métodos bem-sucedidos utilizados na seleção do Gir Leiteiro — uma das principais raças leiteiras do Brasil.

Além de proporcionar avanços significativos em produtividade, essa parceria também se mostra vantajosa para o Brasil, pela possibilidade de exportação de sêmen e embriões para o vasto mercado indiano, e pela maior variabilidade genética do rebanho brasileiro, mitigando os riscos de endogamia. A colaboração se traduz em uma reviravolta histórica, onde o Brasil não só é reconhecido pela qualidade genética de seu rebanho, mas passa a compartilhar esse conhecimento com o país de origem das raças zebuínas.

Ao traçar um panorama do zebu no Brasil, é importante lembrar que as raças zebuínas, introduzidas no século XIX, foram adaptadas para enfrentar os desafios das condições tropicais, especialmente através da raça Nelore na pecuária de corte e do Gir na leiteira. O Programa Nacional de Melhoramento do Gir Leiteiro, iniciado em 1985, foi crucial para a trajetória de excelência dessa raça, que agora se vê posicionada para liderar o melhoramento genético até mesmo em sua terra natal.

Com essa união, Brasil e Índia visam não apenas fortalecer suas respectivas indústrias leiteiras, mas também contribuir para um avanço global no setor agropecuário, oscilando entre desafios e oportunidades no caminho da inovação e sustentabilidade.

Com informações da Embrapa
Fotos: Foto: Rubens Neiva / Embrapa

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