O setor de turismo no Brasil acaba de conquistar um marco significativo com a divulgação de seu primeiro estudo oficial de remuneração. A pesquisa, fruto de uma parceria entre o Senac, SindeturSP e Celerh, envolveu a participação de 28 operadoras e consolidadores de diferentes regiões do país. O objetivo é fornecer clareza e transparência às empresas do setor, promovendo dados confiáveis que possam servir como base para a elaboração de estratégias sustentáveis de remuneração.
O estudo abrange dados de 5.207 colaboradores, distribuídos em 134 cargos e funções distintos, sem a identificação dos participantes. A maioria dos colaboradores trabalha na Grande São Paulo (72,1%), enquanto 13,1% estão no interior do estado e o restante se distribui por outras regiões do país, incluindo Minas Gerais (4%) e Paraná (3,5%). A análise também diferencia as empresas por porte, categorizando colaboradores em empresas de pequeno porte (5,3%), médio porte (17,1%) e grande porte (77,6%).
Em termos de distribuição de funções, 82,3% dos colaboradores estão envolvidos em atividades operacionais, como atendimento ao cliente. Outros 10,4% atuam em supervisão de equipes ou áreas, enquanto 7,3% ocupam posições de gestão, que incluem executivos, gerentes, diretores e superintendentes.
Os salários médios variam conforme a categoria ocupacional. Dos colaboradores pesquisados, 89,2% trabalham uma carga horária de 220 horas mensais. A maioria, 85,2%, é contratada via CLT, enquanto 13,7% são contratados como Pessoa Jurídica (PJ). No que diz respeito ao formato de trabalho, 52,7% dos colaboradores trabalham presencialmente, 36,4% estão em regime híbrido e 10,9% atuam em home office.
Os benefícios oferecidos pelas empresas do setor de turismo também foram detalhados. A maioria oferece auxílio creche ou babá, cesta de final de ano e descontos em viagens. Em contrapartida, benefícios como incentivo financeiro para educação, licença paternidade estendida e complementação de auxílio-doença são menos comuns.
A pesquisa também revela uma tendência de concentração empresarial no setor de agenciamento, dada a significativa proporção de colaboradores que trabalham em grandes empresas. Este cenário aponta para a necessidade de contínuo treinamento e aprimoramento da mão de obra, especialmente para as atividades operacionais que constituem a maioria dos empregos no setor.
Embora o formato de trabalho presencial ainda seja predominante, a pesquisa destaca a crescente adoção de modelos mais flexíveis, como o híbrido e o home office. No entanto, um ponto de atenção é o baixo número de empresas que possuem iniciativas robustas de qualificação, como universidades corporativas, evidenciando a necessidade de ações mais intensivas para garantir a aprendizagem contínua das equipes.
A análise conclui que novos estudos complementares e comparativos são necessários para qualificar e fortalecer o setor, ampliando as possibilidades de atualização e incremento da empregabilidade e atratividade do setor de turismo e hospitalidade. Entre as empresas que participaram do estudo estão Ancoradouro, BestBuy Travel, CVC Viagens, e Teresa Perez Tour, entre outras.
Para acessar o estudo completo, os interessados podem consultar as fontes disponibilizadas pelas entidades parceiras.