Navios da Royal Caribbean como o Icon of the Seas e o Utopia of the Seas, lançados no ano corrente, têm demonstrado capacidade para acolher um número significativamente maior de hóspedes do que o inicialmente sugerido pelas “fact sheets” (fichas informativas) oficiais. Tradicionalmente, essas fichas informativas apresentam a capacidade máxima dos navios baseada na ocupação dupla por cabine. Contudo, essa não é sempre a realidade operativa desses cruzeiros.
Atualmente, muitos navios da frota da Royal Caribbean, incluindo o Icon of the Seas, têm operado com ocupação acima da capacidade padrão divulgada. A inclusão de mais camas e/ou beliches dentro das cabines permite que essas embarcações comportem mais de dois passageiros por unidade habitacional. Um exemplo notável é o próprio Icon of the Seas, que, de acordo com um recente relatório da Cruise Industry News, está navegando com uma taxa de ocupação de 132%.
O Icon of the Seas, que ostenta o título de maior navio de cruzeiro do mundo, foi originalmente projetado para acomodar aproximadamente 5,6 mil passageiros em sua estrutura de 20 decks, que abrigam mais de 40 restaurantes, bares e lounges. No entanto, dados recentes indicam que, com a taxa de ocupação atual acima de 130%, o navio está recebendo cerca de 7,4 mil hóspedes por viagem.
Essa tendência não é isolada ao Icon of the Seas; o grupo Royal Caribbean, como um todo, apresentou no segundo trimestre de 2024 uma ocupação média de 108,2%, ultrapassando os 105% registrados no mesmo período de 2023. Esses números refletem uma estratégia de maximização da capacidade de alojamento dos navios de cruzeiro, permitindo à companhia atender a uma demanda crescente sem a necessidade imediata de aumentar sua frota.
Essa prática tem várias implicações, tanto logísticas quanto operacionais, para a Royal Caribbean, que precisa garantir que as instalações e serviços a bordo sejam capazes de acomodar um número maior de passageiros do que o originalmente planejado. A adaptação da frota para suportar um maior número de hóspedes por cabine é um reflexo da flexibilidade e capacidade de resposta da companhia às condições dinâmicas do mercado de cruzeiros.
A estratégia de ocupação acima da capacidade padrão pode se tornar uma tendência no setor, uma vez que outras companhias de cruzeiros observem e possivelmente adotem práticas semelhantes para maximizar o uso de suas embarcações.