O déficit nas contas externas do Brasil atingiu o maior nível em cinco anos até julho deste ano. De acordo com informações divulgadas pelo Banco Central, o aumento das importações de serviços e a redução no superávit da balança comercial foram os principais responsáveis por esse cenário.
De janeiro a julho, o déficit nas contas externas alcançou a marca negativa de US$ 25,552 bilhões. Esse valor representa mais do que o dobro em comparação com o mesmo período do ano anterior, que registrou um déficit de US$ 12,54 bilhões.
As contas externas são um importante indicador da vulnerabilidade de um país diante de crises externas. Elas refletem a soma do saldo da balança comercial, da balança de serviços, da renda primária e das transferências pessoais de brasileiros que moram no exterior para suas famílias.
O déficit registrado em julho foi de US$ 5,162 bilhões, o que representou um aumento de 45,1% em relação ao mesmo mês do ano anterior. O aumento no déficit das contas externas foi impulsionado pelo crescimento das importações de serviços, levando a balança de serviços a encerrar os sete primeiros meses do ano com um déficit de US$ 28,937 bilhões.
Por outro lado, o superávit da balança comercial está apresentando uma redução em 2024. De janeiro a julho, o país exportou US$ 44,696 bilhões a mais do que importou. No mesmo período do ano passado, o superávit foi de US$ 49,789 bilhões.
Além disso, os turistas brasileiros gastaram US$ 8,403 bilhões no exterior nos primeiros sete meses do ano, um valor ligeiramente menor do que o registrado no mesmo período do ano anterior. Os investimentos estrangeiros diretos no Brasil totalizaram US$ 45,065 bilhões até julho, representando um aumento de 20,15% em relação ao ano anterior.
Portanto, o cenário das contas externas do Brasil reflete um aumento do déficit devido ao crescimento das importações de serviços e à redução do superávit da balança comercial, com os investimentos estrangeiros diretos atuando como principais compensadores desse quadro.
Com informações da EBC
Fotos: © Valter Campanato/Agência Brasil / EBC