No último verão, aproximadamente 13 milhões de pessoas utilizaram o Barbie Selfie Generator para se inserirem em pôsteres digitais do filme Barbie. Isso só foi possível graças à tecnologia da plataforma de edição de fotos baseada em inteligência artificial (IA) Photoroom, uma startup de Paris que criou as selfies da Barbie e que também é amplamente reconhecida por sua ferramenta de remoção de fundos em imagens, especialmente útil para pequenas empresas.
Empresas de diferentes setores têm adotado com sucesso a geração de imagens com tecnologia de IA. Enquanto grandes nomes como OpenAI e Midjourney centram esforços em criar imagens e vídeos únicos, a Photoroom optou por uma abordagem diferenciada, focando principalmente na fotografia comercial voltada para pequenas empresas. De acordo com o CEO da Photoroom, Matthieu Rouif, a empresa busca expandir suas colaborações, incluindo potenciais parcerias com grandes corporações como a Warner Bros., distribuidora do filme Barbie.
A origem da Photoroom remonta ao período em que Rouif trabalhava como gerente de produto na GoPro. Frustrado com a tarefa manual de remover fundos utilizando softwares como o Photoshop, ele decidiu estudar aprendizado de máquina. Junto com Eliot Andres, um engenheiro especializado em aprendizado de máquina e visão computacional, Rouif fundou a Photoroom em 2019. “Nosso foco sempre foi criar uma IA útil. Não desenvolvemos a tecnologia em laboratório e tentamos vendê-la; começamos com a necessidade do usuário e trabalhamos em algoritmos baseados nessas necessidades”, declarou Rouif.
No início, Rouif conduziu parte de sua pesquisa em um McDonald’s de Paris, onde ele ofereceu pagar as refeições dos clientes em troca de feedback sobre o aplicativo. Essa interação direta revelou que muitas pequenas empresas utilizavam dispositivos móveis para vender produtos em plataformas como eBay e Poshmark, onde a qualidade do fundo das imagens era crucial. “Tínhamos uma tecnologia excelente para segmentação e remoção de fundo e foi aí que o Photoroom realmente começou a ganhar tração”, explicou Rouif. Para muitas pequenas empresas, a ferramenta permitiu a edição de imagens de produtos sem a necessidade de contratar fotógrafos profissionais, um recurso particularmente valioso durante a pandemia de COVID-19, quando o comércio eletrônico viu um aumento substancial na demanda.
Além da remoção de fundos, a Photoroom expandiu seu portfólio de ferramentas para incluir um editor de fotos em lote – que permite a edição simultânea de diversas imagens – e funcionalidades adicionais de retoque e edição assistida por IA, como redimensionamento e expansão de imagens. O objetivo dessas soluções é permitir que pequenas empresas criem listagens mais profissionais e competitivas. “Queremos ser realmente úteis para as pequenas empresas. Acreditamos que a IA está democratizando o acesso a recursos avançados e isso pode ser muito impactante para esses empreendimentos”, acrescentou Rouif.
Até o momento, a Photoroom desenvolveu mais de 15 modelos de IA, treinados com uma combinação de dados licenciados de fotógrafos e bancos de imagem, além de incorporar feedback contínuo de sua comunidade de usuários. Atualmente, a plataforma conta com 30 milhões de usuários ativos. Buscando ampliar sua colaboração com pequenas empresas e estabelecer parcerias com grandes empresas, a Photoroom já garantiu cerca de US$ 60 milhões em financiamento, incluindo uma rodada da Série B prevista para o início de 2024.
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