As eleições presidenciais norte-americanas de novembro prometem ser complexas e, inevitavelmente, marcadas por alguns problemas, segundo a chefe da Agência de Segurança Cibernética e de Infraestrutura (CISA), Jen Easterly. Em declarações feitas na quarta-feira, Easterly enfatizou que, embora erros e contratempos sejam previsíveis, isso não implica que o processo eleitoral seja inseguro. A diretora salientou que as eleições nos Estados Unidos são notoriamente complicadas, especialmente com a participação esperada de cerca de 150 milhões de eleitores em 5 de novembro.
Entre os possíveis problemas mencionados por Easterly estão desde um mesário que esquece sua chave até grandes tempestades e possíveis ataques cibernéticos. Apesar de possíveis perturbações, Easterly garantiu que tais incidentes não comprometerão a segurança e a integridade do processo de votação e contagem, mesmo diante de tentativas de adversários estrangeiros de minar a confiança na eleição. “Devemos esperar isso, nos preparar para isso, e os americanos não devem permitir que isso os desanime”, afirmou Easterly. “A preservação da democracia depende realmente de cada um de nós.”
As palavras de Easterly foram proferidas durante o painel de abertura da conferência Black Hat em Las Vegas, um encontro anual que atrai milhares de hackers e profissionais de segurança de todo o mundo. Nos últimos anos, a segurança eleitoral tornou-se um tema central, especialmente após as preocupações levantadas durante a eleição presidencial de 2016 sobre a possibilidade de interferências estrangeiras, como a Rússia, prejudicarem a integridade dos resultados.
Embora houvesse medo de que hackers pudessem manipular a eleição de 2016, poucas evidências foram encontradas. Desde então, muitos estados aprimoraram seus sistemas e adotaram tecnologias de votação mais seguras. Esses preparativos continuaram até a eleição de 2020, a qual Chris Krebs, então diretor da CISA, declarou ser “a eleição mais segura” na história dos Estados Unidos. No entanto, isso não impediu o ex-presidente Donald Trump de alegar fraude nas eleições, acusações apoiadas por muitos de seus seguidores, apesar da falta de provas concretas.
Durante o painel em Las Vegas, Easterly e seus colegas, incluindo Hans de Vries, diretor de segurança cibernética da Agência de Segurança Cibernética da União Europeia, e Felicity Oswald, líder do Centro Nacional de Segurança Cibernética do Reino Unido, focaram em ameaças externas de nações-estado. Easterly destacou que, independentemente das ameaças, os funcionários eleitorais estaduais e locais estão bem preparados para enfrentar qualquer crise. Ela assegurou que a CISA tem colaborado extensivamente com essas autoridades, conduzindo centenas de avaliações de segurança física e cibernética, treinamentos e exercícios de simulação.
Para aqueles que ainda têm dúvidas sobre a segurança do processo eleitoral, Easterly incentivou que entrem em contato com as autoridades eleitorais locais para obter mais informações ou, melhor ainda, que se voluntariem como mesários para obter uma compreensão de primeira mão do sistema. Ela ressaltou que, se a informação que você ouve sobre uma eleição diverge da fornecida pelas autoridades eleitorais locais, “provavelmente é apenas ruído”.