A Apple lançou o iPhone 15 Pro trazendo algumas mudanças significativas, como um corpo de titânio e carregamento via USB-C, além de melhorias na câmera. No entanto, algo que muitos esperavam, um iPhone dobrável, não foi anunciado. Com diversos fabricantes de celulares como Samsung, Google, Motorola e OnePlus comercializando dispositivos dobráveis há anos, a ausência de um modelo semelhante da Apple começa a se destacar. Isso pode se tornar um problema estratégico para a empresa de Cupertino.
Embora a Apple ainda domine o segmento de smartphones premium, os telefones dobráveis — que também se situam nessa categoria de preço elevado — começam a ganhar terreno. A Motorola, por exemplo, afirmou que 20% dos consumidores que optam pelo seu modelo Razr abandonaram a Apple. Enquanto isso, a Samsung já está na quinta geração de suas séries Flip e Fold, e uma sexta geração é iminente. Durante uma visita a Seul, Coreia do Sul, a editora da CNET Lisa Eadicicco observou que “os dobráveis estão por toda parte”.
Com a entrada do Google e OnePlus no mercado de dobráveis no ano passado, a Apple corre o risco de não só perder essa fatia de mercado em potencial, mas também de permitir que concorrentes como Samsung se consolidem como a referência nesse nicho. Isso pode complicar os planos futuros da Apple caso decida finalmente lançar seu próprio dobrável. Além disso, consumidores que adotaram a tecnologia de dispositivos dobráveis sofisticados podem estar tão inseridos no ecossistema Android que se recusarão a migrar para o iOS quando a Apple eventualmente lançar um produto semelhante.
Apesar dessas preocupações, a Apple parece confiante. Em 2023, foram vendidos aproximadamente 20 milhões de dispositivos dobráveis globalmente, enquanto apenas no primeiro semestre a Apple vendeu 26,5 milhões de unidades do iPhone 14 Pro Max. Isso indica que a Apple ainda acredita que não perdeu o timing nesse mercado.
Historicamente, a Apple tem tido sucesso em lançar produtos que não necessariamente foram os primeiros em suas categorias, mas que se destacaram por trazer inovações e melhorias significativas. A empresa não inventou smartphones, tablets, smartwatches ou computadores, mas efetivamente tornou esses dispositivos mais úteis e desejáveis no cotidiano.
No entanto, como jornalista especializado em tecnologia há 13 anos, sinto a necessidade de um telefone dobrável da Apple. Os dispositivos atualmente no mercado apresentam inovações em termos de design, mas não trouxeram uma revolução no uso cotidiano, não da maneira que a introdução das telas sensíveis ao toque fez há anos. A tecnologia dos dobráveis promete inovação, mas ainda não me impressionou a ponto de considerar uma mudança significativa.
Esperava que o Google Pixel Fold impulsionasse a categoria dos dobráveis, mas ele acabou sendo uma tentativa sólida sem grandes inovações. O mesmo vale para o OnePlus Open. Portanto, a expectativa recai sobre a Apple, conhecida por suas revoluções no design e na funcionalidade de produtos, para criar um telefone dobrável que não seja apenas um iPhone que se dobra ao meio, mas que realmente traga uma nova forma de interação.
A colaboração estreita da Apple com desenvolvedores de software e sua própria equipe de desenvolvimento poderiam oferecer um produto que aproveitasse ao máximo o potencial dos dobráveis. Atualmente, um dos principais problemas dos dispositivos dobráveis Android é que eles rodam versões modificadas do sistema operacional, com poucos ajustes específicos para o uso dobrável, dificultando a adoção por desenvolvedores e usuários.
Com sua sólida base de desenvolvedores e estreitas relações da Apple com empresas do setor, acredito que um futuro iPhone dobrável poderia realmente revolucionar essa categoria de dispositivos. Ansiosamente, espero por um produto que transforme a indústria e devolva às novidades tecnológicas o excitamento que há muito tempo estou buscando.
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