A Polícia Civil encerrou recentemente um inquérito que investigava uma série de delitos cometidos por um vereador e um médico no Hospital de Emergência do Agreste, localizado em Arapiraca. As infrações apuradas incluem desacato, injúria, difamação, além de corrupção ativa e passiva, tendo como vítima um vigilante da instituição. A conclusão da investigação foi anunciada na última sexta-feira, 30 de maio de 2025, e o material foi encaminhado ao sistema judiciário.
Os episódios estavam relacionados a práticas irregulares que ocorriam dentro do hospital. Segundo os relatos, o vereador, em parceria com o médico, levava pessoas para serem atendidas em dias de plantão deste profissional, que realizava atendimentos particulares dentro da estrutura pública. Todos os pacientes que chegavam com o apoio do vereador não passavam pelos processos de triagem, ficha de entrada ou qualquer avaliação que respeitasse os protocolos do Sistema Único de Saúde (SUS), ferindo diretamente as normas estabelecidas.
Após a direção do hospital ter instruído a equipe a impedir a entrada não autorizada de pacientes, um incidente significativo ocorreu em 19 de maio. Durante essa ocorrência, o vereador tentava forçar a entrada de uma grande quantidade de pessoas no hospital. Um vigilante, seguindo as orientações da administração, impediu a entrada do grupo, resultando em um desentendimento. O vereador teria agredido verbalmente o funcionário, além de empurrá-lo e criar tumulto ao exigir que as pessoas fossem atendidas sem a devida regularização.
A situação se agravou com a insistência do médico em atender o grupo, que, descaracterizado como caso emergencial, causou uma interrupção no fluxo normal de atendimento por quase duas horas, prejudicando aqueles que realmente necessitavam de assistência médica imediata. Essa confusão só foi sanada com a chegada de um policial militar, que removeu o vereador da unidade.
O delegado Edberg Oliveira, coordenador do 53º Distrito Policial de Arapiraca, enfatizou que a investigação demonstrou que essas práticas de atendimentos particulares em hospitais públicos constituem crimes de corrupção, ao favorecer interesses pessoais em detrimento do bem coletivo. Ele acrescentou que a Polícia Civil se compromete a investigar quaisquer infrações penais com rigor, independentemente do status social ou político dos envolvidos. A ação da polícia reforça a importância da integridade dentro do setor público e a responsabilidade dos agentes públicos perante a sociedade.
Com informações e fotos do Governo de Alagoas