Em um caso que expõe a audácia de fraudes no setor de seguros, a Polícia Civil de Alagoas desvendou um esquema elaborado por um motorista de aplicativo que encenou seu próprio sequestro com o intuito de obter um lucro ilícito através de um seguro automotivo. O homem, que alegou ter sido vítima de um crime brutal, relatou à polícia uma narrativa alarmante, na qual afirmava ter sido atacado por três indivíduos armados que o teriam ameaçado e queimado durante a suposta abordagem.
Os investigadores da Seção Antissequestro da Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco) não tardaram a identificar inconsistências na história apresentada pelo motorista. Durante uma coletiva de imprensa, realizada na quinta-feira, 17 de julho, os delegados Gustavo Xavier, Igor Diego e João Marcello revelaram os pormenores de uma investigação meticulosa que não apenas desmontou a versão do motorista, como também ressaltou a capacidade da equipe em identificar fraudes desse tipo.
No dia em que o motorista registrou a ocorrência, ele dirigiu-se à Central de Flagrantes e descreveu um cenário aterrador, citando um ataque no qual conseguiu escapar das garras dos supostos sequestradores e buscar assistência médica. No entanto, as investigações seguiriam caminhos diferentes. A análise de câmeras de segurança e a verificação de movimentações financeiras revelaram que, em um ato premeditado, o motorista havia adquirido combustível em um posto e incendiado seu próprio veículo em uma área isolada, tudo isso com o objetivo de fraudar o seguro, que incluía cobertura contra incêndios. Infelizmente para ele, durante o ato, acabou se queimando, o que acabou complicando ainda mais sua situação.
Com todas as evidências em mãos, as autoridades decidiram indiciar o motorista pelos crimes de Estelionato, Falsidade Ideológica e Comunicação Falsa de Crime, conforme disposto no Código Penal. As penalidades para essas infrações podem resultar em penas que somadas ultrapassam uma década de reclusão. Em resposta a esse desdobramento, a Polícia Civil destacou a importância do trabalho em equipe e a agilidade na elucidação desse golpe. O caso agora seguirá para o Poder Judiciário e o Ministério Público, enquanto a seguradora também será notificada sobre as conclusões da investigação para evitar quaisquer pagamentos indevidos.
Com informações e fotos do Governo de Alagoas