No dia 19 de abril, celebramos o Dia dos Povos Indígenas, uma oportunidade não apenas para destacar e valorizar as ricas tradições e culturais que esses povos trazem, mas também para refletir sobre os desafios que eles enfrentam, especialmente em relação ao preconceito e à luta pelos seus direitos. Em Palmeira dos Índios, no estado de Alagoas, essa celebração ganha um significado ainda mais profundo, uma vez que membros da etnia Xukuru-Kariri estão ativamente inseridos na Polícia Militar, contribuindo para a segurança da comunidade e, simultaneamente, mantendo suas raízes culturais.
Os indígenas Simone e Silvânia Mendes, além de Marcelo Gomes, têm se destacado no 10º Batalhão da Polícia Militar, onde ingressaram em 2020 e 2023, tornando-se verdadeiros exemplos de superação e dedicação. Originários das aldeias Fazenda Canto e Mata da Cafurna, as ações desses policiais transcendem o mero exercício da função policial; eles se tornaram símbolos de inspiração e de esperança para outros indígenas em suas comunidades.
A equipe da Diretoria de Comunicação da PM participou recentemente de um dia na aldeia, onde vivenciaram de perto as tradições locais, incluindo o Toré, um ritual sagrado que une a comunidade através da dança e da espiritualidade. Esse contato íntimo com sua cultura fortalece a identidade deles como indígenas, mesmo em meio à rotina de policiais.
O envolvimento das irmãs Mendes no Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd) é um exemplo claro de como suas experiências culturais enriquecem seu trabalho na educação e na prevenção do uso de drogas entre os jovens de suas comunidades. Ao conduzir aulas em escolas indígenas, elas promovem não apenas informações sobre cidadania e combate à violência, mas também integram o respeito às tradições em suas abordagens pedagógicas.
O soldado Marcelo Gomes, por sua vez, representa um exemplo inspirador para as crianças e adolescentes de sua aldeia. Ao retornar após sua formação na PM, ele se comprometeu a usar sua experiência em segurança para beneficiar sua própria comunidade. A mensagem do pajé Ieru Gomes reflete bem essa união: a conquista de um membro da etnia é vista como uma vitória coletiva, que ressoa em cada canto da aldeia.
Os Xucuru-Kariri, com aproximadamente 2.500 membros, representam uma rica tapeçaria cultural, resultado da fusão de duas etnias históricas. A sua resistência e a preservação de costumes se refletem na maneira como seus membros atuam nas esferas públicas, quebrando estigmas e mostrando que é possível ser policial e manter uma conexão forte com a identidade indígena. As linx entre a segurança pública e as raízes culturais se tornam um poderoso testemunho da força e da resiliência dos povos indígenas, especialmente no cenário contemporâneo das comunidades alagoanas.
Com informações e fotos do Governo de Alagoas