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Ingresso de mulheres na PM de Alagoas enfrenta preconceito e marca novo capítulo na corporação

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Em um contexto em que a presença feminina na Polícia Militar de Alagoas era praticamente inexistente, um grupo de 35 mulheres enfrentou o desafio de ingressar em uma corporação dominada por homens. A experiência dessas pioneiras, que se tornaram praças da PM, foi marcada por um misto de resistência e determinação. A sargento Cristina Silva, uma das integrantes desse grupo, relembra com emoção a estranheza que encontraram ao chegar ao quartel. “O primeiro dia foi um marco, uma ruptura. A sensação de ser o centro das atenções era avassaladora, e não sabíamos como responder àquela nova realidade”, recorda. Para elas, a ansiedade e o medo eram não apenas normais, mas parte de um ambiente que não estava preparado para aceitá-las plenamente.

As dificuldades enfrentadas pelas novas policiais foram intensificadas pelos preconceitos de alguns homens dentro da corporação, que duvidavam de suas capacidades. A sargento Sônia Quintela conta que frequentemente escutavam comentários desprezíveis. “Acreditavam que mulheres na polícia não eram capazes de lidar com o combate ao crime, afirmando que os bandidos não respeitariam nossas ações”, revela. No entanto, essas limitações eram frontalmente questionadas pelas próprias mulheres, que só almejavam um espaço que lhes fosse devido, na busca por um reconhecimento que fosse além de um estigma ultrapassado.

Por outro lado, nem todos os homens na PM viam com desdém a entrada das mulheres. Dentre eles, destacava-se o aspirante Dimas Cavalcante, que se tornaria um importante aliado. Formado na Academia de Polícia de Minas Gerais, Dimas trazia consigo a experiência de ter convivido com mulheres na corporação. Ele assumiu o comando do Pelotão das Soldadas e tornou-se uma figura central na adaptação e formação das novas policiais. “Ele compreendia os desafios que enfrentávamos e se esforçou para nos proporcionar a formação necessária”, enfatiza Fernanda Alves, jornalista que acompanhou a trajetória dessa turma.

A entrada dessas mulheres na PM foi um passo significativo em direção à igualdade de gênero dentro da corporação, desafiando não apenas a estrutura existente, mas também os conceitos arraigados sobre o papel que as mulheres deveriam ocupar. O esforço conjunto delas e do aspirante Dimas Cavalcante representa uma mudança cultural profunda, que ainda busca eliminar os preconceitos que persistem na sociedade. Através de sua coragem e perseverança, as primeiras mulheres a ingressar na Polícia Militar de Alagoas deixaram um legado que vai muito além de suas próprias carreiras.

Com informações e fotos do Governo de Alagoas

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