No dia 20 de maio de 2025, a Polícia Civil de Alagoas finalizou um inquérito que investigava um esquema de estelionato envolvendo fraudes em contratos de empréstimo na cidade de Arapiraca. O caso centralizou-se em uma mulher de 32 anos, que atuava como agente de campo em uma instituição de crédito da região, e foi indiciada por sua suposta participação nas irregularidades. A investigação, coordenada pelo delegado Edberg Oliveira, da 53ª Delegacia, revelou um modus operandi preocupante, no qual a suspeita utilizava documentos pessoais de clientes sem o devido consentimento para falsificar contratos de empréstimo.
A mulher instalava o aplicativo da instituição financeira em seu próprio celular e, com os dados obtidos, solicitava empréstimos cujo montante era desviado diretamente para sua conta pessoal através de transferências realizadas pelo sistema PIX. As vítimas, sem perceberem que haviam se tornado alvo de uma fraude, acabaram acumulando significativas dívidas que, em alguns casos, ultrapassaram a faixa de R$ 30 mil. Um único contrato fraudulentamente assinado envolveu seis pessoas, todas negativadas nos órgãos de proteção ao crédito e alvo de notificações de protesto emitidas por cartórios locais. Essa prática chocou, pois as vítimas não tinham nenhum vínculo entre si, o que era totalmente atípico para o modelo de concessão de crédito que normalmente agrupa pessoas conhecidas.
Durante a apuração, a polícia colheu depoimentos de diversos envolvidos, incluindo o coordenador local do projeto e funcionários da instituição. A investigação contou ainda com a colaboração de auditores da sede nacional da empresa, que confirmaram a autenticidade dos contratos e o esquema de fraude após ouvir as vítimas. O delegado Edberg Oliveira explicou que os episódios fraudulentos se iniciaram em meados de 2023, mas os afetados somente passaram a ter conhecimento do crime em fevereiro de 2025, após receberem notificações por parte dos cartórios.
A atividade criminosa foi interrompida apenas após a demissão da suspeita, que ocorreu no início de abril deste ano. Embora tenha admitido, em um depoimento interno à empresa, que cometeu o crime devido a dificuldades financeiras, durante o interrogatório oficial na delegacia, a mulher optou por permanecer em silêncio. A polícia alertou que esse tipo de fraude é de difícil detecção, principalmente porque a autora era uma funcionária autorizada da instituição financeira, o que gerava uma falsa sensação de confiança nas vítimas.
Com um prejuízo estimado em mais de R$ 120 mil somente neste grupo, a Polícia Civil aconselha a todos os cidadãos que identificarem cobranças indevidas relacionadas a empréstimos em Arapiraca a procurarem a Central de Polícia para formalizar suas queixas. É importante destacar que, em casos de estelionato, se a vítima for menor de 70 anos, a instauração do processo exige sua própria solicitação.
Com informações e fotos do Governo de Alagoas
