No contexto das pesquisas acadêmicas que buscam iluminar áreas frequentemente negligenciadas, a professora da Universidade Federal de Alagoas, Magnólia Rejane Andrade dos Santos, elogia a dissertação de mestrado elaborada por Fernanda Alves Calheiros. Este trabalho, intitulado “Memória e Arquivo: um estudo sobre a inserção da mulher na Polícia Militar de Alagoas”, é considerado por Rejane um marco significativo na compreensão do papel das mulheres dentro da corporação alagoana, revelando a importância da presença feminina em um ambiente tradicionalmente dominado por homens.
A orientadora reconhece que, através de sua pesquisa, Fernanda conseguiu trazer um novo olhar sobre a história da Polícia Militar, abordando de forma crítica e analítica uma questão que possui implicações sociais, econômicas e culturais profundas. Segundo Magnólia, a pesquisa representa uma resposta construtiva da academia para a sociedade alagoana, destacando o papel da mulher nas forças de segurança pública. “A inserção da mulher na Polícia Militar representa uma evolução no entendimento dos papéis sociais e profissionais no estado. A pesquisa de Fernanda é um reflexo da responsabilidade da universidade em se engajar com os problemas e desafios locais”, afirma Rejane.
Ainda segundo ela, a universidade deve não apenas gerar conhecimento, mas também aplicá-lo em contextos que promovem mudanças reais e duradouras na sociedade. É fundamental que instituições acadêmicas como a UFAL direcionem seus esforços para a análise de questões que impactam diretamente a comunidade. “A ciência deve ser um agente de transformação. No caso específico de Alagoas, há uma expectativa de que a pesquisa acadêmica contribua para resolver problemas locais e, ao mesmo tempo, valorize a história social e cultural da região”, acrescenta.
Além disso, a dissertação de Fernanda simboliza uma quebra de estereótipos. A docente menciona que, embora a maioria dos trabalhos de pesquisa oriundos da Polícia Militar venha de oficiais, a produção intelectual de uma mulher na posição de cabo é inspiradora. “É um avanço ver uma mulher militar se dedicando à pesquisa e à reflexão crítica. Historicamente, houve uma percepção de que os soldados apenas cumpriam ordens, mas Fernanda demonstra uma capacidade de pensar criticamente sobre sua própria instituição”, ressalta Magnólia, evidenciando a necessidade de valorizar a contribuição intelectual dos praças, que possuem potencial criativo e investigativo.
Em resumo, a pesquisa de Fernanda Alves não apenas preenche uma lacuna no conhecimento sobre a Polícia Militar de Alagoas, mas também serve como um indicativo da transformação cultural dentro da própria corporação, demonstrando que o cenário da segurança pública no estado está em evolução, e que a inclusão feminina é um componente essencial para essa mudança.
Com informações e fotos do Governo de Alagoas