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Delegacia Especial contra Vulneráveis homenageia Tia Marcelina, ícone da resistência ao preconceito religioso

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No dia 2 de fevereiro de 2025, Maceió celebrou um importante marco histórico com a inauguração da primeira Delegacia Especial dos Crimes contra Vulneráveis, que recebeu o nome de Tia Marcelina, uma emblemática figura das tradições africanas no Brasil. Tia Marcelina é reconhecida como uma das mães de santo mais influentes de Alagoas, cuja vida foi tragicamente interrompida em 1912, época em que enfrentou a feroz perseguição do movimento conhecido como Quebra de Xangô. Este evento, que simbolizava a intolerância religiosa da época, não apenas resultou na morte de Marcelina, mas também acentuou o preconceito contra o Candomblé e suas práticas religiosas.

A nova delegacia, localizada no bairro Mangabeiras, não apenas presta homenagem à memória de Tia Marcelina, mas também reflete um compromisso institucional em combater a intolerância religiosa contemporânea e assegurar que as vozes das vítimas sejam ouvidas. A delegada Rebecca Cordeiro, responsável pela unidade, destacou que, desde a sua inauguração até o final de 2024, foram registrados um total de 1.337 atendimentos, entre os quais 43 diziam respeito a casos de intolerância religiosa. Desses, 24 foram classificados como racismo religioso e 19 como injúria racial relacionada à crença religiosa.

Rebecca enfatizou que esses crimes são uma afronta direta à liberdade de crença consagrada pela Constituição Federal e que atingem predominantemente os praticantes de religiões de matriz africana. “Não se observa uma hostilidade comparável a outros grupos religiosos que não cultuam o Deus cristão”, destacou a delegada, ressaltando a necessidade urgente de registrar esses incidentes para que as autoridades possam investigar e responsabilizar os agressores.

Adicionalmente, a Delegacia Especializada possui uma equipe multidisciplinar, composta por profissionais que incluem assistentes sociais e intérpretes em Libras, visando oferecer um atendimento acolhedor e respeitoso às vítimas. O objetivo é garantir um espaço seguro, onde as pessoas que sofrem preconceito se sintam apoiadas.

Mas o combate à intolerância religiosa não se restringe apenas à esfera policial. O projeto Diálogo Afro Jovem, conduzido pela Superintendência de Políticas Públicas para Igualdade Racial em Alagoas, visa promover a conscientização sobre questões raciais nas escolas. O gerente do projeto, Jonathan Silva, reiterou a importância do diálogo como ferramenta primordial para engajar os jovens na luta contra a intolerância. Com ações que já impactaram diretamente 460 alunos em 2024, o projeto busca transformar o ambiente escolar em um espaço mais inclusivo e acolhedor. O fortalecimento da identidade afrodescendente e a luta contra o racismo estrutural são essenciais para construir uma sociedade mais justa, na qual o respeito às diferenças se torne um valor inegociável.

Com informações e fotos do Governo de Alagoas

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