Em um caso recente que chamou a atenção para a importância da Antropologia Forense, um corpo encontrado na lagoa Mundaú, em Maceió, foi identificado no Instituto Médico Legal (IML) Estácio de Lima, em Alagoas. O indivíduo, registrado no Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos (PLID), havia sido visto pela última vez em 12 de maio de 2025, e seu corpo foi encaminhado ao IML em 22 de maio.
Inicialmente, a identificação do desaparecido poderia ser realizada por meio de impressões digitais. No entanto, devido a dificuldades com esse método, a equipe do IML precisou optar por técnicas alternativas. A perita odontolegista Isabella Lemos destacou que o cadáver apresentava uma série de tatuagens notáveis, que permaneceram em bom estado, e isso acabou sendo um fator decisivo para a investigação.
O exame odontológico também foi realizado, revelando a presença de restaurações com material amorfo. Contudo, os registros odontológicos fornecidos pelos familiares não estavam completos, impossibilitando uma confirmação rigorosa apenas com esses dados, ainda que algumas coincidências fossem observadas entre as condições antes e depois da morte.
Como parte do processo de identificação, a equipe solicitou aos familiares fotografias do sorriso e das tatuagens do desaparecido enquanto estava vivo. A análise dessas imagens em comparação com o corpo trouxe à tona semelhanças significativas, tanto em termos qualitativos quanto quantitativos. Por meio da combinação dessas evidências antropológicas e secundárias, a perita conseguiu estabelecer a identidade do corpo como pertencente a Diego Rodrigues da Silva.
Este caso ilustra e reforça a relevância da Antropologia Forense na resolução de desaparecimentos. Apesar de ser considerada um método secundário pela Interpol, a precisão e a eficácia das técnicas utilizadas têm gerado um debate em torno de seu valor real tanto do ponto de vista científico quanto jurídico. Situações como a identificada em Alagoas não apenas aceleram as investigações, mas também oferecem às famílias a tão necessária oportunidade de encontrar um fechamento, assegurando o direito à verdade e ao luto que todos merecem. Esse tipo de análise é essencial para lidar com o impacto humano profundo que acompanhamentos forenses podem ter sobre aqueles que buscam respostas e justiça.
Com informações e fotos do Governo de Alagoas