Alagoas tem se destacado como um dos principais estados brasileiros na implementação da proposta do Ambiente de Contratação Livre (ACL), conhecido como Mercado Livre de Energia Elétrica. Essa mudança no paradigma de consumo de energia permite que cerca de 500 consumidores locais, incluindo empresas e indústrias, tenham a liberdade de escolher seus próprios fornecedores. Essa autonomia na negociação traz uma série de vantagens, tanto do ponto de vista econômico quanto da sustentabilidade.
Um exemplo emblemático desse movimento é a Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), que se tornou a primeira estatal do estado a migrar suas contas para o Mercado Livre de Energia. Essa mudança resultou em uma redução significativa nos custos, com a empresa alcançando uma economia expressiva de R$ 11 milhões. De acordo com o superintendente de Políticas Energéticas da Secretaria de Estado do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Sedics), Bruno Macêdo, a média de economia para os consumidores que optam por essa modalidade pode ultrapassar 35% nas faturas de energia. Isso demonstra como a liberdade de escolha pode gerar benefícios técnicos e financeiros que favorecem a competitividade e sustentabilidade das empresas alagoanas.
Atualmente, o Mercado Livre está restrito a consumidores conectados em média ou alta tensão, com fornecimento de energia igual ou superior a 2,3 mil volts. Contudo, desde o ano de 2024, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) começou a permitir projetos experimentais que visam testar novas tarifas para incluir, no futuro, consumidores de baixa tensão, como pequenos empreendedores e cooperativas residenciais.
Alice Beltrão, secretária de Estado do Desenvolvimento, enfatiza que o potencial energético de Alagoas, caracterizado pela ampla utilização de fontes renováveis, torna este modelo de mercado ainda mais vantajoso. As energias limpas contribuem para uma matriz energética eficiente que não apenas beneficia o setor produtivo, mas também cria novas oportunidades de crescimento econômico.
Essas inovações refletem o comprometimento do estado com a transição energética e a modernização de sua infraestrutura elétrica. O cenário nacional também é promissor: até fevereiro deste ano, mais de 69,8 mil unidades consumidoras já estavam integradas ao mercado livre no Brasil, representando um crescimento de 67% nos últimos 12 meses e respondendo por 40% de toda a eletricidade consumida no país. Essa liberdade de escolha no fornecimento de energia elétrica, inicialmente restrita a grandes consumidores, promete se espalhar nos próximos anos, ampliando o acesso a soluções energéticas mais sustentáveis e economicamente acessíveis para todos os brasileiros.
Com informações e fotos do Governo de Alagoas