Angela Marques, 12 de setembro de 2025 – 15:04 | Saúde
A trajetória de Jandair Marques, mulher de 46 anos residente em Palmeira dos Índios, Alagoas, é um verdadeiro testemunho de resiliência e esperança. Jandair se tornou um símbolo de renovação na saúde pública do estado ao ser a primeira paciente a receber um transplante de coração pela Rede Hospitalar Pública de Alagoas, procedimento realizado em 17 de outubro de 2024, no renomado Hospital do Coração Alagoano em Maceió.
Esse marco na medicina alagoana ocorreu após uma cirurgia que começou às 3h29 e se estendeu até as 8h da manhã. Durante o intento, uma equipe multiprofissional se mobilizou para assegurar o sucesso do transplante, carregando consigo a expectativa e a emoção de familiares. Jessica Marques, filha de Jandair, esteve ao lado da mãe durante todo o processo, e recorda com emoção a fé inabalável que Jandair sempre teve em sua recuperação.
Antes da cirurgia, a vida de Jandair era limitada devido à insuficiência cardíaca. Por uma década, ela sofreu com cansaço extremo, dificuldades alimentares e até mesmo a necessidade de dormir sentada, apoiada em travesseiros. O simples ato de tomar um banho exigia auxílio, e a independência parecia um sonho distante. No entanto, a realidade mudou drasticamente após o transplante. “Hoje, tenho uma nova vida. Consigo me alimentar e dormir tranquilamente, sem falta de ar ou cansaço”, celebra.
Após um ano do procedimento, vivendo plenamente, Jandair já realiza tarefas cotidianas como arrumar a casa e caminhar livremente. A capacidade de carregar pesos que antes eram impensáveis representa um marco em sua recuperação. Cheia de gratidão, ela reconhece o apoio de diversas figuras na sua jornada: “Agradeço ao governador Paulo Dantas, ao programa Alagoas Transplanta, e a todos os profissionais que fazem do Hospital do Coração minha segunda casa. O cuidado dedicado que recebi foi imprescindível”, afirmou.
A assistente social Janayna Ernesto, que acompanhou Jandair durante toda a trajetória, ressalta a importância do envolvimento da rede de saúde. “Assistir à evolução de Jandair é algo indescritível. Acompanhei suas dificuldades antes da cirurgia e agora vejo uma mulher revitalizada, retomando sua rotina com energia. Esse é o verdadeiro valor de um transplante: devolver a qualidade de vida e a esperança”, destaca.
O cardiologista Carlos Humberto Bezerra, diretor médico do Hospital do Coração, enfatiza o significado humano do transplante. “A história de Jandair representa um avanço na medicina em Alagoas e uma demonstração da solidariedade que permeia nosso trabalho. Este episódio nos ensina a importância de investir na tecnologia e, mais ainda, no cuidado humano”.
A história de Jandair não apenas ressalta sua vitória pessoal, mas também serve como um apelo à reflexão sobre a doação de órgãos, especialmente no mês de Setembro Verde, que promove essa causa. “O doador é fundamental. Se não fossem os doadores, muitos, incluindo eu, não teriam a chance de uma nova vida”, pondera Jandair. Ademais, neste mês também se celebra o Setembro Vermelho, que enfatiza a prevenção de doenças cardíacas, reforçando a necessidade de cuidarmos do coração. A trajetória de Jandair é uma afirmação de que a ciência, a solidariedade e a dedicação podem verdadeiramente transformar vidas, renovando sorrisos e repletas de esperança.
Com informações e fotos da Sesau/AL