No dia 19 e 20 de maio de 2025, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), em colaboração com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), organizou uma capacitação voltada para o uso de tecnologias assistivas no tratamento da hanseníase. O evento, realizado no II Centro de Saúde do bairro Poço em Maceió, teve como objetivo principal promover conhecimentos que contribuam para a prevenção de incapacidades físicas e reabilitação de pacientes afetados pela doença.

O treinamento fez parte da iniciativa TECHansen, desenvolvida pelo Instituto Aliança contra Hanseníase, que inclui a doação de materiais e dispositivos tecnológicos projetados para melhorar a qualidade de vida das pessoas que enfrentam deficiências físicas associadas à hanseníase. Profissionais de saúde de diversas cidades alagoanas, como Arapiraca, Atalaia e Maceió, participaram do curso, que incluiu tanto atividades teóricas quanto práticas.

Ana Patrícia Barros, enfermeira do Programa Estadual de Combate à Hanseníase, destacou a relevância da capacitação para a formação de profissionais que atuam nas Unidades Básicas de Saúde. Segundo ela, o curso teve um foco específico na identificação de pacientes que necessitam de adaptações, como órteses, para facilitar suas atividades do cotidiano. Durante o treinamento, foi realizada uma avaliação neurológica simplificada para classificar o grau de incapacidade dos pacientes.

A coordenação do curso esteve sob a responsabilidade do médico dermatologista Maurício Nobre, que também é consultor para o Ministério da Saúde e a Organização Mundial de Saúde. Ele enfatizou a importância do diagnóstico precoce na prevenção de complicações e na melhoria da qualidade de vida dos indivíduos afetados pela hanseníase. Nobre explicou que as órteses, diferentemente das próteses, são instrumentos que auxiliam a função dos membros existentes, permitindo que pessoas com limitações, como dificuldade em segurar talheres, possam realizar tarefas diárias com maior facilidade.

A hanseníase, uma doença infecciosa que atinge principalmente nervos e pele, é transmitida pelas vias aéreas superiores, especialmente entre aqueles que convivem com pacientes na fase avançada da enfermidade e que não recebem tratamento. Em Alagoas, ao longo de 2024, foram registrados 319 casos da doença, uma leve diminuição em relação aos 380 casos contabilizados no ano anterior. As manifestações mais comuns da hanseníase incluem manchas de coloração clara ou avermelhada na pele e comprometimento dos nervos periféricos, que podem resultar em formigamento, perda de sensibilidade e a presença de nódulos, que podem ser dolorosos.

Essa capacitação oferece uma esperança concreta e práticas efetivas para melhorar a vida de muitos pacientes, promovendo não apenas o cuidado médico, mas também a inclusão e a autonomia desses indivíduos em suas atividades diárias.

Com informações e fotos da Sesau/AL