No dia 29 de outubro de 2025, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) de Maceió promoveu uma importante palestra voltada para a capacitação de profissionais da saúde, abrangendo médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e condutores socorristas. O evento, intitulado “Imersão ao Código Vermelho”, teve como foco o Suporte Avançado de Vida em Paradas Cardiorrespiratórias (PCR), um tema crucial dado que, no Brasil, estimativas apontam para 220 mil casos de PCR por ano, sendo 180 mil ocorrências em contexto pré-hospitalar. Infelizmente, somente cerca de 10% das vítimas conseguem sobreviver até a alta hospitalar, o que torna o treinamento e a agilidade na resposta essenciais.
A palestra foi conduzida pela enfermeira Maria Emília Barbosa de Oliveira, especialista em urgências e emergências, e abordou desde os conceitos básicos da PCR — que é a interrupção súbita das atividades cardíacas e pulmonares — até as mais recentes diretrizes de reanimação. Durante a apresentação, a enfermeira destacou a importância da Reanimação Cardiopulmonar (RCP) de alta qualidade e da desfibrilação precoce como ferramentas vitais para aumentar as taxas de sobrevivência. Para reforçar a aprendizagem, o enfermeiro Breitner Pereira Lima, também do Samu, complementou a parte teórica com a análise de casos práticos, explicando os sinais clínicos que confirmam a PCR, como a inconsciência e a ausência de respiração e pulso.
Além de compartilhar conhecimento teórico, Maria Emília ressaltou a necessidade de garantir a segurança da cena antes de iniciar qualquer intervenção, prevenindo que o socorrista se torne uma nova vítima. A coordenadora geral do Samu de Maceió, enfermeira Beatriz Santana, sublinhou a crescente incidência de doenças cardiovasculares na região, tornando a capacitação dos profissionais ainda mais necessária. “Estamos diante de um aumento alarmante nos agravos cardiovasculares, e o ensino das melhores práticas é fundamental para a preservação de vidas”, afirmou.
O coordenador do Núcleo de Educação Permanente, médico Luiz Antonio Mansur Branco, reiterou que a educação contínua no atendimento de emergências é imprescindível. “A medicina evolui rapidamente. Manter nossos socorristas atualizados com as últimas diretrizes garante a eficácia, segurança e eficiência nas ações de resgate”, completou.
A enfermeira Eliza Figueredo, residente de Emergência Geral e Atendimento Pré-Hospitalar, considerou a imersão uma experiência enriquecedora. “Foi uma oportunidade para revisar e aprofundar conhecimentos que são essenciais em nossa rotina. Estar alinhado às novas diretrizes melhora consideravelmente a assistência à população”, comentou.
Além dos aspectos teóricos, a iniciativa também incluiu simulações e discussões sobre critérios para a interrupção da RCP, como a presença de sinais de morte inequívocos, assim como os cuidados pós-PCR, fornecendo um aprendizado abrangente e prático aos participantes.
Com informações e fotos da Sesau/AL













