A Sala Lilás do Hospital Geral do Estado (HGE), localizada em Maceió, celebra seu segundo aniversário com um expressivo total de 528 atendimentos realizados. Desde sua inauguração, em 10 de julho de 2023, a unidade tem se destacado como um espaço de acolhimento e apoio especializado para vítimas de diversas formas de violência. Entre os atendimentos prestados, 496 foram a vítimas de violência doméstica, 26 a casos de agressão sexual, quatro a situações de homofobia e duas a vítimas cujas causas de violência eram desconhecidas. Cada pessoa que buscou ajuda na Sala recebeu um atendimento cuidadoso e teve garantidos seus direitos, principalmente o direito à vida.
A Sala Lilás, que faz parte da Rede de Atenção às Violências (RAV), foi estabelecida com o objetivo de criar uma rede intersetorial de assistência. Essa estratégia visa não apenas a prevenção, mas também a identificação, assistência e monitoramento das violências que afetam populações vulneráveis em Alagoas. Além de ser a primeira instalação de seu tipo na capital alagoana, a Sala Lilás foi projetada para proporcionar um ambiente seguro e privado, essencial para que as vítimas possam se sentir confortáveis ao compartilhar suas experiências.
A gerente operativa da RAV, Laura Oliveira, destacou a importância das equipes psicossociais que atuam na sala, capazes de oferecer acolhimento e acompanhamento a cada vítima. Durante a internação, os profissionais realizam os encaminhamentos necessários para assegurar todos os direitos das vítimas, incluindo a orientação quanto a espaços de abrigo, apoio jurídico e benefícios sociais, um trabalho que se estende mesmo após a alta hospitalar.
Vanessa Martins, coordenadora do Serviço Social do HGE, afirma que a criação da Sala Lilás representa um avanço significativo na abordagem dos traumas, especialmente os relacionados à violência. A Sala facilita articulações efetivas que beneficiam aqueles que se encontram em situações de fragilidade. O envolvimento da RAV com o Serviço Social é vital para a complexa tarefa de oferecer suporte em momentos de intenso medo e vulnerabilidade.
Além disso, o pediatra Roney Damascena ressaltou o papel crítico da Sala no acolhimento de crianças vítimas de violência. Esses casos, infelizmente, são recorrentes e frequentemente exigem a intervenção do Conselho Tutelar para garantir a segurança das crianças. A experiência e a formação da equipe multidisciplinar são essenciais para que, ao chegarem ao HGE, as crianças possam receber a assistência necessária e ter seus direitos defendidos. Essa atuação colaborativa entre médicos e profissionais do serviço social é crucial para proporcionar um cuidado mais integral e efetivo durante esses momentos difíceis.
Com informações e fotos da Sesau/AL