No último dia 5 de setembro, o Hospital Geral do Estado (HGE) em Maceió se tornou um marco de esperança ao realizar a captação de órgãos que beneficiarão cinco pessoas em necessidade de transplante. A iniciativa é parte do trabalho da Central de Transplantes de Alagoas e da Organização de Procura de Órgãos (OPO), que neste mês intensificaram suas campanhas de conscientização e sensibilização em alusão ao Setembro Verde, uma época dedicada à promoção da doação de órgãos.
O doador, um homem de 55 anos, foi diagnosticado com morte encefálica após ser vítima de uma agressão por arma de fogo. As equipes médicas do HGE se empenharam em salvar sua vida, mas a gravidade das lesões não permitiu a recuperação. Diante da trágica situação, a família, em um ato de amor e compaixão, decidiu autorizar a doação dos órgãos, acreditando que essa era a vontade do ente querido.
A irmã do doador, Márcia Ferreira, expressou sua gratidão e a importância dessa decisão ao dizer que “existem outras pessoas que precisam desses órgãos para sobreviver e ter uma qualidade de vida”. Ela considerou que a generosidade do seu irmão, que sempre esteve disposto a ajudar os outros, ainda poderia fazer a diferença na vida de muitos.
Atualmente, segundo dados da Central de Transplantes de Alagoas, aproximadamente 594 pessoas aguardam por transplantes no estado, incluindo 563 que necessitam de córneas, 23 de rins, quatro de fígado e quatro de corações. Todos estes pacientes estão registrados no Sistema Nacional de Transplantes, coordenado pelo Ministério da Saúde, que é responsável pela regulamentação e supervisão dos procedimentos de transplante em todo o Brasil.
A coordenadora da Central de Transplantes de Alagoas, Daniela Ramos, elogiou a família do doador por sua decisão altruísta, ressaltando a importância do diálogo sobre a doação de órgãos entre familiares: “É essencial que conversamos sobre esse desejo de continuar salvando vidas.” A iniciativa do estado, com o Programa Alagoas Transplanta, visa otimizar recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) para garantir acesso mais ágil e eficiente aos serviços de transplante.
Familiares do doador também compartilham suas experiências, como Tacila de Melo, filha do homem que se tornou um doador. Ela destacou que a autorização da doação trouxe conforto e esperança à família, sabendo que seu pai continuaria ajudando outras pessoas mesmo após a morte. A mensagem é clara: a doação de órgãos não apenas salva vidas, mas também proporciona consolo a quem fica, reafirmando a nobresa de um último gesto de altruísmo.
Com informações e fotos da Sesau/AL