No contexto atual da saúde pública, a esteatose hepática, comumente conhecida como “gordura no fígado”, tem emergido como uma preocupação significativa para a população. A condição se caracteriza pelo acúmulo excessivo de gordura nas células hepáticas e, muitas vezes, desenvolve-se de maneira silenciosa, sem apresentar sintomas claros em seus estágios iniciais. Contudo, a gastroenterologista Imirá Magalhães, atuante no Hospital Metropolitano de Alagoas, alerta que essa doença pode evoluir para complicações graves, como cirrose e câncer hepático, se não for diagnosticada e tratada precocemente.
As causas da esteatose hepática são variadas, mas estão frequentemente associadas a fatores como obesidade, diabetes tipo 2, colesterol elevado, sedentarismo e consumo exagerado de álcool. Em sua análise, a especialista observa que a incidência da doença tem aumentado principalmente em decorrência do estilo de vida moderno, caracterizado por dietas inadequadas e falta de atividade física. Dados indicam que até um terço da população pode ser afetada, com uma prevalência particular na América Latina.
Imirá Magalhães enfatiza a importância de um diagnóstico precoce, pois a condição pode passar despercebida devido à falta de sintomas específicos. Entretanto, alguns pacientes podem relatar sinais inespecíficos, como fadiga e desconforto abdominal. Nos casos mais avançados, aqueles que podem ter desenvolvido cirrose, podem apresentar sintomas mais manifestos, como a icterícia (pele amarelada) e ascite, caracterizada pelo acúmulo anormal de líquido na cavidade abdominal.
A confirmação do diagnóstico é realizada por meio de exames de imagem, sendo o ultrassom abdominal o mais comum para identificar a presença de gordura no fígado. Além disso, indivíduos com histórico de risco cardiovascular são encorajados a realizar esses exames regularmente. Se a esteatose hepática for diagnosticada, exames laboratoriais complementares são realizados para avaliar a função hepática e investigar outras possíveis alterações.
A prevenção da esteatose hepática está intimamente ligada a mudanças no estilo de vida. A médica recomenda uma dieta balanceada, rica em frutas, legumes, grãos e proteínas magras, além da prática regular de atividades físicas e do controle do peso corporal. Embora não exista um tratamento medicamentoso específico para eliminar a gordura do fígado, alguns pacientes podem se beneficiar de intervenções para controlar fatores de risco ou mesmo considerar a cirurgia bariátrica em casos de obesidade grave.
Em suma, a conscientização sobre a esteatose hepática e a adoção de hábitos saudáveis são fundamentais para combater essa condição e minimizar seus riscos associados.
Com informações e fotos da Sesau/AL