Em uma análise cuidadosa sobre as condições que afetam a saúde das mulheres, a angiologista e cirurgiã vascular do Hospital Geral do Estado (HGE), Lídia Costa, destaca as distinções cruciais entre lipedema, linfedema e elefantíase. Todas estas doenças podem impactar significativamente a qualidade de vida das pacientes, gerando dor física, alterações estéticas e limitações funcionais.
A especialista explica que, embora lipedema, linfedema e elefantíase apresentem características similares, cada uma delas possui características específicas que determinam seu diagnóstico e tratamento. O reconhecimento adequado dos sintomas é fundamental e pode facilitar um diagnóstico mais rápido, o que é essencial para o início de um tratamento eficaz.
Conforme Lídia Costa, o lipedema é uma condição que se manifesta geralmente a partir da adolescência, afetando, principalmente, áreas como quadris, coxas e pernas, podendo em algumas situações se estender aos braços. Essa síndrome é de origem genética e está intimamente relacionada aos hormônios femininos, especialmente ao estrogênio. As pacientes com lipedema tendem a apresentar membros inferiores mais largos, acompanhados de dor, fadiga e hematomas frequentes, enquanto o tronco e o abdômen costumam se manter preservados.
Por outro lado, o linfedema é caracterizado pelo acúmulo anormal de linfa, um líquido rico em proteínas, nos tecidos. Esse problema geralmente se origina após infecções cutâneas que comprometem os vasos linfáticos. Se não tratado, o linfedema pode evoluir para uma condição mais severa, conhecida como elefantíase, que é marcada por uma pele dura e com aspecto enrugado, assemelhando-se à pele de um elefante.
Vale ressaltar que, no passado, a elefantíase estava frequentemente relacionada à filariose, uma infecção transmitida por mosquitos, particularmente no Nordeste brasileiro. Porém, essa forma da doença está praticamente erradicada. Atualmente, a elefantíase ainda persiste como um diagnóstico importante para os casos de linfedema crônico.
O tratamento dessas condições deve ser iniciado o quanto antes e de maneira multidisciplinar, englobando acompanhamento vascular, nutricional, endocrinológico e fisioterapêutico. Quanto mais cedo for o diagnóstico, maiores são as chances de evitar complicações, preservando assim a qualidade de vida das pacientes. Lídia Costa enfatiza que, ao notar sintomas como dor nas pernas, inchaço persistente, hematomas frequentes e alterações na pele, é imprescindível buscar a avaliação de um profissional especializado, como um angiologista ou cirurgião vascular. O acompanhamento médico adequado é vital para um diagnóstico preciso e para garantir um tratamento eficaz.
Com informações e fotos da Sesau/AL