Nos primeiros cinco meses de 2025, Maceió registrou um aumento significativo nos atendimentos psiquiátricos e psicológicos, com 908 ocorrências, marcando um crescimento de 28,07% em comparação ao mesmo período do ano anterior, que contou com 709 atendimentos. Em contrapartida, Arapiraca apresentou uma leve queda, passando de 306 para 296 atendimentos, resultando em uma redução de 3,27%. As ocorrências atendidas englobam desde surtos psicológicos e crises de ansiedade até tentativas de suicídio e uso de substâncias psicoativas.
Os dados são alarmantes, especialmente considerando que, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, as mortes por suicídio entre adolescentes de 10 a 19 anos aumentaram 65% nos últimos cinco anos. Estes números sublinham a urgência em ampliar os debates sobre saúde mental e criar estratégias de prevenção mais eficazes. Beatriz Santana, coordenadora do Samu Maceió, enfatiza a importância da capacitação contínua para os profissionais que atuam diante dessas situações delicadas. Segundo ela, a equipe tem se preparado para lidar com emergências psiquiátricas através de cursos oferecidos pelo Núcleo de Educação Permanente (Nep), que incluem desde o Atendimento Pré-Hospitalar básico até treinamentos para o teleatendimento.
Beatriz ressalta que o atendimento psiquiátrico exige um preparo técnico e emocional, considerando que os profissionais estão aptos a acolher pacientes em surto, tanto em residências quanto nas ruas. Entretanto, é crucial que a população saiba que, em circunstâncias de risco elevado, como tentativas de suicídio, é necessário esperar pela intervenção de equipes de segurança, como a Polícia Militar ou o Corpo de Bombeiros, para garantir a segurança de todos os envolvidos.
A saúde mental é afetada por múltiplas causas, muitas vezes relacionadas a condições de vida vulneráveis, como problemas econômicos, desestruturação familiar e conflitos interpessoais. A Organização Mundial da Saúde aponta que cerca de 10% da população brasileira sofre com ansiedade, tornando o Brasil o país mais ansioso do mundo. Entre os sintomas desse transtorno estão a irritabilidade, insônia e sensação de perda de controle.
O secretário de Estado da Saúde, Gustavo Pontes de Miranda, reafirma o compromisso do governo em capacitar não apenas o Samu, mas toda a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), que trabalha em níveis variados de atendimento, promovendo ações de prevenção e recuperação da saúde mental.
Para aqueles que se encontram em sofrimento psíquico, a busca por ajuda deve ser a prioridade. O Samu, os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e o Centro de Valorização da Vida (CVV), que oferece assistência gratuita, são recursos disponíveis para a população. O comprometimento com a saúde mental é fundamental para desenvolver uma sociedade mais consciente e preparada para enfrentar esses desafios.
Com informações e fotos da Sesau/AL