Câmara dos Deputados Inicia Debate Crucial sobre Reforma Tributária
Em uma movimentada sessão nesta quarta-feira (10), a Câmara dos Deputados deu início à Ordem do Dia, com destaque para a análise do Projeto de Lei Complementar (PLP) 68/2024. Originário do Poder Executivo, este projeto é um marco regulatório essencial para a reforma tributária, que visa modernizar e simplificar o sistema de tributação no Brasil.
A proposta em discussão estabelece parâmetros claros para três novos tributos: o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), a Contribuição Social sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto Seletivo (IS). Esses tributos foram criados a partir da Emenda Constitucional 132, recentemente promulgada pelo Congresso Nacional, que se espera, desburocratizem e promovam mais transparência e equidade no sistema tributário brasileiro.
Neste momento, os parlamentares avaliam um requerimento do deputado Gilson Marques (Novo-SC), que solicita a retirada de pauta do PLP 68/2024. Este tipo de requerimento não é incomum e faz parte do processo legislativo, permitindo debates mais profundos sobre questões controversas ou que necessitam de maior clareza.
Na manhã de hoje, o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), relator da proposta, concedeu uma entrevista à Rádio Câmara, onde destacou os benefícios do novo modelo tributário. Segundo Lopes, "o modelo é transparente, simplifica o sistema tributário e favorece a segurança jurídica em um ambiente conectado com o mundo", indicando que a proposta incorpora melhores práticas internacionais de tributação.
Na semana passada, o grupo de trabalho da Câmara, encarregado de avaliar o projeto, apresentou seu relatório final. O documento inclui a tributação de jogos de azar através do novo Imposto Seletivo, além de manter a isenção para a cesta básica de alimentos, que abrange 15 produtos essenciais sugeridos no projeto inicial do Executivo. A inclusão da tributação sobre jogos de azar é uma questão polêmica que gera debate entre os parlamentares e a sociedade civil, mas é vista por alguns como uma maneira de ampliar a base de arrecadação sem onerar a população de baixa renda.
A manutenção da cesta básica de alimentos com isenções específicas é uma tentativa de minimizar o impacto da reforma tributária sobre as camadas mais vulneráveis da população. Este aspecto da reforma é amplamente apoiado, visto que busca conciliar a necessidade de aumentar a eficiência do sistema tributário com a proteção social.
As discussões estão apenas começando, e muitas etapas ainda serão necessárias antes que a reforma tributária seja completamente implementada. A expectativa é que, com a aprovação deste projeto de lei, o Brasil dê um passo significativo rumo a uma tributação mais justa e eficiente, que possa estimular o crescimento econômico e a geração de empregos, conforme prevê o presidente da Câmara, Arthur Lira.
Continuaremos acompanhando de perto as deliberações e traremos mais informações à medida que elas estiverem disponíveis.
Reportagem: Ralph Machado – Edição: Natalia Doederlein
Com informações e fotos da Câmara dos Deputados