A recente reunião dos chefes dos parlamentos do G20 trouxe à tona discussões críticas sobre a necessidade de reformar as principais instituições de governança global. Entre os pontos centrais abordados esteve a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), vista como crucial para enfrentar eficazmente desafios urgentes, como mudanças climáticas e conflitos armados, de maneira mais justa e inclusiva.
Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados do Brasil, argumentou que a reforma das instituições de governança global é essencial para garantir a paz e a segurança internacionais. Ele destacou a necessidade de o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial aprimorarem seus processos decisórios, enfatizando a transição para economias mais sustentáveis e atentas às desigualdades sociais. Lira também ressaltou a importância de reformar a Organização Mundial do Comércio para promover um sistema multilateral fortalecido, além de incentivar a participação das mulheres no comércio internacional.
Numan Kurtulmus, presidente do Parlamento da Turquia, insistiu na reestruturação das organizações internacionais, destacando que as vozes dos países mais fragilizados raramente são ouvidas e que as instituições carecem de legitimidade e estabilidade. Em suas observações, ele sublinhou as falhas da ordem internacional atual na resolução de desafios globais.
Paralelamente, o presidente da Câmara dos Comuns do Reino Unido, Lindsay Hoyle, enfatizou a importância de um sistema de governança global inclusivo, defendendo reformas no Conselho de Segurança da ONU e no sistema financeiro global. Ele destacou que a representatividade das mulheres no Parlamento Britânico, embora significativa, ainda enfrenta desafios, como a violência política, ressaltando a vital contribuição dos parlamentos para a democracia.
Lorenzo Fontana, da Itália, sublinhou o papel decisivo dos parlamentos na construção de uma nova estrutura de governança global, observando que estas instituições refletem diversidade e pluralismo necessários em negociações internacionais. A necessidade de atenção para com as pessoas com deficiência nas decisões globais também foi uma de suas preocupações.
Da Indonésia, Puan Maharani destacou que rivalidades entre grandes potências e mudanças climáticas exacerbam as incertezas globais. Ela apontou a negligência de alguns países em relação ao direito internacional, enfatizando que isso apenas intensifica os conflitos, como observado em Gaza.
Celmira Sacramento, de São Tomé e Príncipe, destacou diversos desafios globais, como a crise climática e as migrações forçadas. Ela defendeu mais cooperação entre nações desenvolvidas e em desenvolvimento, para assegurar que todos tenham voz nos processos decisórios internacionais.
Nos debates, Portugal representado por José Pedro Correia Aguiar-Branco, e Singapura, por Kian Peng Seah, expressaram a importância de integrar mais vozes femininas e das mais diversas regiões nas estruturas globais, promovendo uma governança inclusiva e eficaz. Weihua Wu, da China, e Shri Harivansh, da Índia, apoiaram as reformas no Conselho de Segurança da ONU, destacando a necessidade de melhor representatividade global.
Da mesma maneira, outros líderes, incluindo representantes da União Europeia, África do Sul, e Emirados Árabes Unidos, ressaltaram a necessidade de uma abordagem coletiva para crises globais, enquanto sustentavam que mecanismos multilaterais reformados e mais representativos são cruciais para superar as inequidades e desafios do século XXI.
Com informações e fotos da Câmara dos Deputados