logo_mco_2023_200X75
logo_mco_120X45

Publicidade

Publicidade

Projeto de Lei de Rosangela Moro Propõe Fiança Judicial para Crimes da Lei Maria da Penha

COMPARTILHE

No dia 14 de agosto de 2024, um importante debate foi realizado na Câmara dos Deputados, conduzido pela deputada Rosangela Moro (União-SP), no contexto da Comissão Mista de Combate à Violência Contra a Mulher do Congresso Nacional. O foco das discussões foi o Projeto de Lei 2253/23, que propõe mudanças significativas na concessão de fianças em crimes relacionados à Lei Maria da Penha, condicionando essa decisão à deliberação de um juiz, em vez de delegados de polícia.

Atualmente, nos casos onde a pena máxima é de quatro anos, a fiança é estipulada pelo delegado de polícia. No entanto, Rosangela Moro defendeu que a decisão judicial asseguraria maior proteção às vítimas, oferecendo mais segurança jurídica. “Seria mais uma camada de proteção para deixar o agressor ainda mais afastado da vítima”, afirmou a deputada, ressaltando a importância de uma abordagem judicial nesses casos.

A audiência contou com a participação de várias figuras influentes do Judiciário. Vanessa Mateus, juíza e coordenadora da Justiça Estadual da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), expressou apoio ao projeto, destacando que ele poderia interromper o ciclo de violência. Ela explicou que, em crimes com penas inferiores a quatro anos, a prisão preventiva não é automática e que a decisão judicial poderia tomar em consideração a segurança da vítima. “Hoje isso pode não acontecer, porque o delegado pode dar fiança na delegacia e esse preso sequer chegar à análise do cabimento da [prisão] preventiva e da liberdade provisória”, ponderou a juíza.

Symara Motter, representante da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp), também manifestou apoio ao projeto, sublinhando a falta de consenso sobre a definição de fiança por autoridades policiais. Ela destacou a especialização necessária para analisar crimes de violência doméstica, um recurso muitas vezes ausente nas delegacias.

Bárbara Penna, sobrevivente e ativista contra a violência doméstica, reforçou a necessidade de magistrados na avaliação dos riscos, confiando na sua especialização para uma análise apropriada.

Durante a audiência, a deputada Delegada Katarina (PSD-SE) levantou a questão sobre a pertinência de fianças em crimes de violência doméstica, sugerindo que talvez tais crimes devessem ser inafiançáveis para garantir a segurança das vítimas e dos operadores do direito. “Como outros crimes são inafiançáveis, esse também deveria ser”, argumentou.

Por outro lado, Sandra Lia Barwinski, coordenadora-geral de Garantia de Direitos e Acesso à Justiça do Ministério das Mulheres, destacou a violência doméstica como uma violação dos direitos humanos, conforme a Lei Maria da Penha. A senadora Augusta Brito (PT-CE), presidente da comissão mista, sublinhou que a violência contra a mulher deve ser combatida com vigor, lembrando que muitas mulheres já foram vítimas de algum tipo de violência.

O Projeto de Lei 2253/23 ainda tramita em conjunto com outras legislações, sendo o principal o PL 8045/10, que visa estabelecer um novo código de processo penal. A audiência evidenciou um consenso consistente sobre a necessidade de mudanças estruturais para reforçar a proteção às mulheres vítimas de violência doméstica no Brasil.

Com informações e fotos da Câmara dos Deputados

0

LIKE NA MATÉRIA

Publicidade