logo_mco_2023_200X75
logo_mco_120X45

Publicidade

Publicidade

Projeto de Lei amplia poder do SUS para fiscalizar saúde do trabalhador

COMPARTILHE

Em uma medida que promete redefinir os parâmetros de fiscalização da saúde do trabalhador no Brasil, o Projeto de Lei 1103/24 busca conferir aos órgãos do Sistema Único de Saúde (SUS) o poder de polícia administrativa nesse campo. A proposta, assinada pelo deputado Alexandre Lindenmeyer (PT-RS), permitiria que profissionais atuantes na vigilância em saúde do trabalho dentro do SUS aplicassem sanções administrativas, interditassem estabelecimentos, máquinas ou equipamentos, embargassem obras ou atividades e requisitassem a intervenção da força policial quando necessário.

Atualmente, essa responsabilidade é exclusiva do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), exercida pelos auditores fiscais do trabalho, que têm a incumbência de assegurar o cumprimento das normas regulamentadoras de segurança e medicina do trabalho. No entanto, Lindenmeyer argumenta que essa fiscalização não é suficientemente abrangente, pois não contempla todos os aspectos que impactam a saúde do trabalhador. Ele destaca que a saúde ocupacional inclui não apenas as condições físicas e ambientais do local de trabalho, mas também aspectos psicossociais e organizacionais.

O parlamentar enfatiza que o SUS já dispõe de uma vasta rede de serviços e profissionais habilitados para identificar riscos ocupacionais e doenças relacionadas ao trabalho. Além disso, lembra que o Tribunal Superior do Trabalho (TST) já reconheceu a competência dos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) para fiscalizar e autuar empresas por descumprimento das normas de segurança e saúde do trabalho. Contudo, como ressalta Lindenmeyer, esses profissionais do SUS ainda não possuem uma previsão legal para exercer o poder de polícia administrativa, ficando limitados a emitir recomendações ou notificações que frequentemente são ignoradas pelos empregadores.

O projeto propõe alterações na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e na Lei Orgânica da Saúde. A tramitação do texto, que ocorre em caráter conclusivo, encaminha-se agora para análise pelas comissões de Trabalho; de Saúde; e de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados. Caso seja aprovado nestas instâncias, o projeto de lei seguirá para o Senado para deliberação final.

A iniciativa tem potencial para transformar o cenário da saúde ocupacional no Brasil, dando mais autonomia e ferramentas aos profissionais de saúde do SUS para combater práticas laborais nocivas. Com a ampliação do poder de fiscalização, espera-se que haja uma melhoria significativa na prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, beneficiando diretamente a qualidade de vida dos trabalhadores brasileiros.

Por: Equipe de Reportagem

Edição: Rachel Librelon

Com informações e fotos da Câmara dos Deputados

0

LIKE NA MATÉRIA

Publicidade