No dia 6 de novembro de 2024, o Congresso brasileiro sediou um encontro significativo com parlamentares de diversas nações, que se reuniram no contexto do Fórum Parlamentar do G20 para abordar uma questão crucial: a paridade de gênero nos parlamentos. A importância deste tema foi amplamente discutida, destacando-se as recomendações emergentes da 1ª Reunião de Mulheres Parlamentares do P20, que ocorreu em julho em Maceió, Alagoas.

A deputada brasileira Laura Carneiro, do PSD do Rio de Janeiro, ressaltou a necessidade de adotar as diretrizes expressas na “Carta de Alagoas”, que enfatiza o empoderamento feminino e a ampliação da presença das mulheres nas instituições legislativas globais. Durante o evento, ela salientou que a equidade de gênero nos parlamentos é urgente, destacando que, apesar de se tratar de uma realidade em muitos países, o Brasil ainda se encontra em déficit, com apenas 17% de representatividade feminina na Câmara dos Deputados e 18% no Senado. A parlamentar apontou para a necessidade de maior conscientização nacional sobre a importância da diversidade nos espaços de decisão política e expressou seu desejo de apresentar propostas concretas ao G20 para promover mudanças legislativas que fomentem essa paridade.

Inspirando-se na experiência mexicana, a deputada Julieta Villalpando Riquelme compartilhou os avanços de seu país, onde a política paritária levou, pela primeira vez, a eleição de uma mulher para a presidência. Com um congresso majoritariamente feminino, o México se posiciona como um exemplo inspirador de transformação, sendo uma referência importante no diálogo global promovido pelo P20. Villalpando destacou a disposição de colaborar e trocar ensinamentos valiosos nesta reunião internacional, indicando as vantagens colhidas através dessa abordagem.

Lúcia dos Passos, vice-presidente do Parlamento Pan-Africano, também enfatizou a importância do intercâmbio de experiências como uma contribuição vital do P20. Ela mencionou os esforços em curso para estabelecer uma legislação modelo que promova a igualdade de gênero no continente africano, ressaltando a intenção de compartilhar tal exemplo com outros países durante o encontro.

Outra voz proeminente foi a da deputada Daiana Santos, do PCdoB do Rio Grande do Sul, que discutiu a realidade do Brasil, apontando a disparidade entre a composição demográfica e a representação política do país. Ela destacou a necessidade de acabar com a exclusão e sublinhou a responsabilidade de avançar mediante identidades políticas disrruptivas.

Encerrando o evento, a vice-presidente do Parlamento Europeu, Christel Schaldemose, celebrou a reunião, reconhecendo que, em muitos países, a representação feminina continua baixa. Ela incentivou a adoção de modelos onde as mulheres possam se ver nos espaços de poder, citando os esforços do Parlamento Europeu para inspirar mais mulheres a se engajarem na política ativa.

Com informações e fotos da Câmara dos Deputados