No próximo dia 13 de novembro, a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados terá uma importante audiência com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira. Esta reunião será realizada no plenário 3, às 9 horas da manhã, e focará em questões relevantes do atual cenário internacional. Entre os tópicos em destaque, está a postura do Brasil frente ao conturbado processo eleitoral venezuelano.
Essa audiência foi agendada a partir do iniciativa do presidente do colegiado, deputado Lucas Redecker, do PSDB do Rio Grande do Sul, em conjunto com o deputado Marcel Van Hattem, do Partido Novo, também do Rio Grande do Sul. Os deputados estão preocupados com o que consideram irregularidades significativas no processo eleitoral venezuelano que aconteceu em 28 de julho de 2024.
De acordo com declarações de Redecker, o pleito presidencial na Venezuela foi caracterizado por diversas falhas procedimentais e por alegações substanciais de fraude. Entre os problemas destacados pelo deputado, está a ordem de Nicolás Maduro, emitida um dia antes das eleições, para o fechamento das fronteiras do país. Esta medida impediu que muitos venezuelanos que vivem fora do país, incluindo aqueles que se refugiaram no Brasil, pudessem exercer seu direito ao voto. As estimativas apontam que aproximadamente quatro milhões de venezuelanos ao redor do mundo enfrentaram esse obstáculo imposto pelo regime.
Outro ponto crucial abordado por Redecker é a exclusão de candidatos de oposição, que tiveram suas candidaturas negadas pelas autoridades venezuelanas. Além disso, houve relatos de que grupos de parlamentares de outras nações foram impedidos de entrar no território venezuelano no dia das eleições para atuarem como observadores independentes.
Em resposta a esses eventos, a Organização dos Estados Americanos (OEA) publicou uma nota rejeitando a reeleição de Maduro e exigindo transparência mediante a apresentação das atas das mesas de votação. Diversos países e instituições internacionais seguiram o mesmo posicionamento.
No entanto, a reação do Brasil foi alvo de críticas. Redecker apontou que o país adotou uma postura considerada por ele como “silenciosa” em relação aos problemas eleitorais na Venezuela. Segundo o deputado, o Ministério das Relações Exteriores, através do Itamaraty, fez apenas um pedido tímido para a apresentação das atas, sem tomar uma posição mais firme sobre o pleito.
Esses temas prometem gerar um debate fervoroso durante a audiência na Comissão, à medida que busca-se compreender melhor o desenvolvimento das relações internacionais do Brasil e seu papel no cenário sul-americano frente a tais crises políticas.
Com informações e fotos da Câmara dos Deputados