Na noite desta quinta-feira (25), a fachada do Congresso Nacional se transformou em um palco de homenagem ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. Em alusão à significativa data, uma série de projeções de imagens, frases e palavras encheu a estrutura com mensagens poderosas, celebrando a luta e a resiliência das mulheres negras da América Latina e Caribe. Entre as palavras destacadas estavam “Julho das Pretas”, “Pela saúde da mulher negra”, “Saúde”, “Equidade”, “Respeito”, “Dignidade” e “Oportunidade”. Essas mensagens ressaltam a importância de temas cruciais para a comunidade negra, trazendo à tona questões muitas vezes negligenciadas, como a igualdade de oportunidades e o bem-estar físico e mental das mulheres negras.
A escolha da data, 25 de julho, remonta ao histórico 1º Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, realizado em 1992 em Santo Domingo, na República Dominicana. O evento marcou um ponto de virada na conscientização e no reconhecimento dos direitos das mulheres negras da região.
No Brasil, a mesma data ganhou um significado ainda mais profundo a partir de 2014, ao ser formalmente instituída como o Dia de Tereza de Benguela e da Mulher Negra por meio da Lei 12.987/14. Tereza de Benguela foi uma figura emblemática da resistência negra, liderando o Quilombo de Quariterê, no Mato Grosso, por mais de duas décadas durante o século 18. Reconhecida como rainha, Tereza é símbolo de liderança e resistência contra a opressão colonial.
De acordo com dados referenciados pela Fundação Palmares, a população negra representa a maioria no Brasil, totalizando 54% da população, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso equivale a mais de 100 milhões de pessoas. Na América Latina e Caribe, a Associação de Mulheres Afro informa que cerca de 200 milhões de pessoas se identificam como afrodescendentes. Esses números ressaltam a importância da data para uma parcela significativa da população, que continua a enfrentar desafios estruturais e sociais.
A iniciativa da projeção de imagens no Congresso Nacional serve não apenas como uma celebração, mas também como um ato de resistência e visibilidade. Em uma era onde o debate sobre equidade racial e de gênero é mais urgente do que nunca, essa homenagem representa um passo significativo na luta por um mundo mais justo e igualitário. O evento é um lembrete potente da força e da resiliência das mulheres negras, cuja história e contribuição são vitais para a formação e desenvolvimento das sociedades latino-americanas e caribenhas.
Com informações e fotos da Câmara dos Deputados