Em uma decisão de grande relevância para o setor agrícola, a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados deu sinal verde a uma proposta que promete impulsionar a recuperação econômica em áreas rurais que já tiveram seu uso consolidado no passado. O projeto em questão, de número 5966/23, é da autoria do deputado Tião Medeiros (PP-PR) e sugere mudanças no Código Florestal. Seu objetivo é permitir que os produtores rurais voltem a explorar áreas onde a vegetação nativa foi restaurada. Isso se aplica aos imóveis rurais que sofreram interrupções nas atividades devido a disputas judiciais, eventos naturais adversos ou processos de revitalização do solo.
A proposta foca nas áreas consolidadas das propriedades rurais — aquelas previamente utilizadas para a agropecuária, floresta manejada ou onde há edificações. A identificação dessas áreas se dará por meio do Cadastro Ambiental Rural (CAR), um registro oficial que documenta informações sobre o uso e conservação das terras.
O relator do projeto, deputado Sergio Souza (MDB-PR), destacou que a medida tem o mérito de simplificar os procedimentos necessários para a reativação das atividades produtivas nessas áreas. Souza argumenta que, ao minimizar as burocracias, os produtores terão liberdade para retomar suas práticas sem lidar com obstáculos administrativos desnecessários. Segundo o deputado, ao autorizar o uso de dados do CAR para validar a consolidação dessas áreas para atividades agrossilvipastoris, o projeto respeita o direito ao trabalho dos produtores rurais, reconhecendo as especificidades e os desafios que eles enfrentam em suas operações.
O caminho para que esta proposta se torne lei ainda envolve sua análise por outras comissões relevantes, como as de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, além da de Constituição e Justiça e de Cidadania, em caráter conclusivo. Posteriormente, a aprovação final ainda dependerá dos votos na Câmara dos Deputados e, eventualmente, no Senado Federal.
Essa iniciativa representa um passo significativo no diálogo entre a preservação ambiental e a viabilidade econômica das práticas rurais no Brasil, procurando garantir que o desenvolvimento agrícola não ocorra em detrimento dos ecossistemas nativos. A expectativa agora é como as demais instâncias legislativas reagirão a esta proposta, que pode redefinir os rumos da agricultura em áreas já consolidadas no país.
Com informações e fotos da Câmara dos Deputados












