Na tarde desta quarta-feira, um atentado a bomba na emblemática Praça dos Três Poderes, em Brasília, suscitou uma onda de condenação tanto entre deputados da base governista quanto da oposição. O clima de consternação tomou conta do país, enquanto parlamentares exigem detalhamentos sobre o incidente. O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães, representante do PT do Ceará, assegurou que está acompanhando de perto as investigações do atentado e expressou confiança nas instituições de segurança e do Estado. Ele clamou por punição robusta e imediata aos responsáveis, caso se confirme que o ataque possuía motivações políticas.
O deputado Eduardo Bolsonaro, do PL de São Paulo, afastou qualquer associação entre o perpetrador do atentado e o ex-presidente Jair Bolsonaro ou o partido do qual faz parte, o PL. Embora a pessoa responsável pelo ato terrorista tenha se candidatado a vereador pelo partido, Eduardo Bolsonaro enfatizou que essa filiação ocorreu antes da entrada de Bolsonaro no PL. Ele sublinhou que as mensagens deixadas pelo autor em redes sociais, particularmente no WhatsApp, indicavam uma postura neutra, sem alinhamento claro com figuras como Lula ou Bolsonaro, caracterizando-o como um “isentão” no jargão popular da internet.
Paralelamente, o líder da oposição na Câmara, deputado Filipe Barros do PL do Paraná, acusou parlamentares de esquerda de se aproveitarem do episódio para desviar o foco do debate sobre o projeto de anistia aos presos envolvidos nas manifestações de 8 de janeiro. Barros classificou o ocorrido como um ato de suicídio, e não um ataque destinado aos Poderes.
A deputada Sâmia Bomfim, do PSOL de São Paulo, contextualizou o atentado como parte de um ciclo de crescente tolerância com atos golpistas no Brasil. Ela destacou a urgência de interromper quaisquer propostas que busquem anistiar participantes de atos no país, e instou a combater grupos de extrema-direita que, segundo ela, estariam se articulando com apoio financeiro e institucional, funcionando como alicerces para ações extremistas como a de levar uma bomba à Praça dos Três Poderes.
Em decorrência do ataque, a Praça foi fortemente isolada por questões de segurança. Como medida preventiva, a Câmara dos Deputados decidiu cancelar uma sessão solene que estava prevista para o dia seguinte, enquanto manteve a programação de uma audiência pública a respeito de professoras da educação infantil.
Outro detalhe que emerge do episódio é a conexão do deputado Jorge Goetten, dos Republicanos de Santa Catarina, com o autor do atentado, Francisco Wanderley Luiz. Goetten relatou que sua última interação com Luiz foi em maio de 2023, quando este visitou seu gabinete em Brasília. Em uma manifestação de solidariedade, Goetten ofereceu apoio à família de Luiz nesse momento de luto, ressaltando a tristeza por qualquer ato violento, especialmente aqueles que ameaçam a vida de terceiros. O deputado lamentou profundamente os acontecimentos e recordou que Luiz era conterrâneo, ambos oriundos de Rio do Sul, Santa Catarina. O incidente permanece sendo investigado enquanto a nação busca respostas e medidas para evitar novos episódios de violência política.
Com informações e fotos da Câmara dos Deputados