A decisão da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que transformou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em réu nesta quarta-feira (26) foi acompanhada de comemoração por parte de militantes e lideranças da esquerda nas redes sociais. Utilizando a expressão “grande dia”, popularizada por Bolsonaro em 2019, usuários ligados a partidos como PT, PSOL, PCdoB e Rede celebraram o avanço do processo penal contra o principal nome da oposição.
A frase, usada por Bolsonaro quando o ex-deputado Jean Wyllys anunciou que deixaria o Congresso, virou uma marca registrada entre apoiadores do ex-presidente e foi resgatada agora como forma de provocação por parte de seus adversários.
Entre os que fizeram postagens com o bordão estão o presidente interino do PT, Washington Quaquá, e o líder da bancada petista na Câmara, deputado Odair Cunha. Influenciadores digitais de esquerda e páginas partidárias também entraram na onda.
Reação pública e contexto político
A repercussão nas redes sociais revela o forte componente político que tem cercado o caso desde o início. Embora o processo esteja em fase inicial e a Constituição assegure o princípio da presunção de inocência, a reação de setores políticos contrários a Bolsonaro tem adotado um tom celebratório incomum em casos de tamanha gravidade institucional.
Analistas independentes ouvidos por veículos da imprensa alternativa destacam que a politização do tema pode gerar impactos sobre a percepção pública do sistema de Justiça, especialmente num ambiente pré-eleitoral marcado por polarização e desafios à confiança nas instituições.
A movimentação nas redes também ocorre num momento de desgaste político do governo Lula (PT), que enfrenta queda de aprovação em diversos segmentos da sociedade. Mesmo fora das urnas por decisão do Tribunal Superior Eleitoral, Bolsonaro segue como liderança expressiva da direita e, segundo levantamentos recentes, venceria o atual presidente em um eventual segundo turno.
Esse contexto tem levado parte da opinião pública a questionar a celeridade do processo e a forma como ele vem sendo tratado por figuras políticas, apontando o risco de que ações judiciais sejam usadas como instrumento de disputa eleitoral.
