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Debate na Câmara destaca divergências sobre aposentadoria de profissionais expostos a riscos à saúde

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Na tarde desta terça-feira, sob a tutela da Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados, foi realizado um debate crucial acerca da regulamentação da aposentadoria de trabalhadores expostos a ambientes de trabalho com agentes nocivos à saúde. A discussão revelou divisões profundas entre os participantes, refletindo diferentes interesses e preocupações.

De um lado, representantes do setor empresarial argumentaram que a nova legislação não deve ser restritiva no que concerne aos profissionais que possam se beneficiar de um processo simplificado de aposentadoria. A advogada Jomara Cadó Bessa, representante da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina, defendeu a necessidade de a regulamentação ser coerente com os preceitos constitucionais, destacando que a Constituição Federal não menciona atividades perigosas em sua redação. Bessa pontuou que, do total de aposentadorias especiais concedidas atualmente, 94% são obtidas através do judiciário, destacando a necessidade urgente de uma legislação clara para evitar judicializações futuras.

Por outro lado, sindicalistas enfatizaram a importância de especificar as categorias elegíveis para tal benefício. A deputada Erika Kokay (PT-DF), promotora do debate, argumentou em favor de aposentadorias em condições especiais para profissionais submetidos a desgastes físicos e mentais. Ela reforçou a importância de reconhecer como diferentes funções laborais impactam o bem-estar dos trabalhadores.

Augusto Vaz, representante do Conselho Regional dos Técnicos Industriais da 3ª Região, destacou a necessidade de regulamentar a aposentadoria especial para técnicos que operam em setores críticos como eletrotécnica e mineração. Vaz sublinhou que a análise das condições individuais de trabalho é essencial para determinar a elegibilidade.

No mesmo sentido, Esteliano Pereira Gomes Neto, da Central Única dos Trabalhadores (CUT), destacou a preocupação com trabalhadores de campos como o químico, petróleo, vigilância e segurança municipal, argumentando que a aposentadoria especial não deve ser vista como privilégio, mas como uma necessidade para aqueles em ambientes perigosos.

Reinaldo Monteiro da Silva, da Associação Nacional de Guardas Municipais, apresentou uma perspectiva de renovação do sistema previdenciário, ressaltando que a aposentadoria precoce pode permitir a entrada de novos profissionais, contribuindo para a sustentabilidade e oxigenação do sistema.

A proposta em discussão, o Projeto de Lei Complementar 42/23, busca proporcionar uma regulamentação clara e de acordo com as mudanças introduzidas pela reforma da Previdência de 2019, defendendo ajustes na idade mínima para aposentadoria de trabalhadores expostos a condições prejudiciais. O debate segue, aguardando consenso para atender tanto aos interesses dos trabalhadores quanto às necessidades do sistema previdenciário.

Com informações e fotos da Câmara dos Deputados

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