Uma importante audiência realizada pela Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa da Câmara dos Deputados focou na valorização dos avós e das pessoas idosas, evento que ocorreu nesta quarta-feira, 9 de outubro de 2024. Durante a sessão, destacou-se que não apenas os cuidados médicos são essenciais para um envelhecimento saudável, mas também a importância crucial da interação social e da criação de laços afetivos. A população idosa no Brasil, que hoje ultrapassa 32 milhões de pessoas, precisa de atenção especial em aspectos que transcendem a saúde física, buscando um equilíbrio que também inclua saúde mental, inserção social e segurança financeira.
Ligia Gualberto, coordenadora de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa no Ministério da Saúde, sublinhou que o ambiente social tem um papel fundamental na qualidade de vida dos idosos. Ela mencionou que um olhar atento por parte da sociedade, como a disposição em auxiliar nas compras no mercado, contribui significativamente para que as pessoas idosas se sintam seguras e valorizadas.
O deputado Alexandre Lindenmeyer (PT-RS), um dos proponentes do debate, comparou os idosos a árvores frutíferas, mencionando que eles são repositórios de sabedoria e experiências enriquecedoras. Segundo ele, a proteção à saúde física é vital, mas a saúde mental não deve ser negligenciada, dada a prevalência de solidão e depressão nessa faixa etária. Também foram ressaltadas a importância da atividade física, da inclusão social e do acesso a uma segurança financeira robusta para garantir um envelhecimento digno.
Mencionou-se que a interação entre gerações deve ser fortemente incentivada, pois a troca de experiências entre jovens e idosos fortalece os laços familiares e sociais, promovendo um ambiente mais integrado e colaborativo. Conforme Ligia Gualberto, a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa defende uma visão ampla que promove autonomia e independência, com a integração do idoso em seu contexto familiar e social, e a atenção ao longo de toda a sua vida.
A audiência teve como pano de fundo a Jornada dos Avós e das Pessoas Idosas, cuja quarta edição foi celebrada em 28 de julho de 2024, sob o lema “Na velhice não me abandones”. Irmã Terezinha Tortelli, secretária-executiva da Pastoral da Pessoa Idosa, observou que as sociedades mais desenvolvidas investem significativamente na terceira idade, mas nem sempre estimulam o desenvolvimento pleno dessa fase da vida. Ela propôs que a velhice deveria ser percebida como uma bênção.
Alexandre da Silva, secretário Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, enfatizou o papel essencial que os avós desempenham na sociedade, servindo como pontos de referência tanto para suas próprias famílias quanto para a sociedade em geral. Fábio Ferreira, vice-presidente da Associação Brasileira de Tecnologia em Gerontologia, reforçou o valor da conexão entre avós e netos, destacando como pequenas interações, como um telefonema ou um encontro casual, podem iluminar o dia de uma pessoa idosa.
Com informações e fotos da Câmara dos Deputados