Na manhã desta terça-feira, 29 de outubro de 2024, a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados irá realizar uma audiência pública de significativa importância, com a presença de Celso Amorim, atual assessor-chefe da Assessoria Especial da Presidência da República. O evento tem como foco o complexo cenário político da Venezuela nas fases que antecedem e sucedem seu recente processo eleitoral.
O pedido para que Amorim comparecesse à audiência foi realizado pelo deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança, representante do Partido Liberal de São Paulo. O encontro está programado para ocorrer no plenário 3 da Câmara, com início previsto para as 14h30.
Este evento vem em resposta à grave crise política que se instalou na Venezuela, onde as eleições presidenciais de 2024 suscitaram alegações de fraude. Nicolás Maduro, atual presidente venezuelano, foi declarado vencedor pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), decisão esta fortemente contestada pela oposição. As acusações giram em torno da alegada falta de transparência durante a divulgação dos resultados e diversas irregularidades no processo eleitoral, o que levou à mobilização da comunidade internacional. Alguns países já manifestaram sua insatisfação com o resultado e solicitaram uma verificação independente do pleito.
Dentro deste contexto, o deputado Bragança criticou a postura do governo brasileiro, que optou por se abster em uma votação crucial no âmbito da Organização dos Estados Americanos (OEA). A resolução em questão demandava uma publicação mais detalhada dos resultados eleitorais e a implementação de auditorias independentes para garantir a veracidade do processo na Venezuela. Essa abstenção por parte do Brasil foi classificada por Bragança como uma “decisão vergonhosa”.
No cenário internacional, esta questão tem gerado acaloradas discussões, trazendo à tona os desafios da diplomacia contemporânea e as tensões inerentes às relações entre nações latino-americanas. Durante a audiência, Celso Amorim deverá expor a posição do governo brasileiro, que tem consistentemente defendido o diálogo e uma solução pacífica e negociada para a crise venezuelana. O enfoque estará, portanto, em encontrar caminhos viáveis para promover a estabilidade política e social no país vizinho, sempre por meio de canais diplomáticos e do uso da palavra como instrumento principal de resolução de conflitos.
Com informações e fotos da Câmara dos Deputados
