A violência enfrentada por mulheres brasileiras que vivem no exterior se tornou uma pauta de extrema urgência e preocupação, demandando ações específicas de proteção e suporte. Neste sentido, a Comissão Permanente Mista de Combate à Violência contra a Mulher agendou para a próxima terça-feira, dia 26, às 14 horas, uma audiência pública interativa. A sessão ocorrerá no plenário 13 da ala Alexandre Costa, no Senado, e tem como foco central discutir a dramática situação dessas mulheres que são vítimas de violência doméstica longe de seu país.
A senadora Augusta Brito, representando o PT do Ceará e presidindo a comissão mista, foi a incentivadora deste debate, ciente do agravamento deste tipo de violência. “Estamos diante de uma questão que não pode ser subestimada e que requer intervenções urgentes”, afirmou a senadora. O impacto ganha dimensões ainda mais alarmantes quando se considera que há aproximadamente 1,8 milhão de brasileiras vivendo pelo mundo, com uma concentração relevante na América do Norte e na Europa. Nessas regiões, muitas enfrentam desafios como dependência financeira, barreiras linguísticas, status migratório irregular e o distanciamento de seus núcleos de apoio familiar, o que as torna ainda mais vulneráveis a situações de abusos.
A única forma de realmente entender a extensão deste problema é através de dados concretos. Por isso, o debate ao qual se propõe a comissão será alicerçado em informações inéditas sobre a violência de gênero, resultado de uma colaboração entre o Senado Federal, por meio do Observatório da Mulher contra a Violência, e o Ministério das Relações Exteriores. Estes dados serão posteriormente integrados ao Mapa Nacional da Violência de Gênero, ampliando as perspectivas e o entendimento sobre os desafios enfrentados por estas mulheres em cenários internacionais.
Para a senadora Augusta Brito, essa abordagem amplificada e a discussão aberta são elementos essenciais não apenas para compreender a dimensão do problema, mas também para pensar em soluções eficazes que possam ser implementadas. A audiência pública interativa não se propõe apenas a discutir os dados apresentados, mas também a ouvir relatos e experiências, buscando identificar meios práticos e eficazes de proteção a estas mulheres. Neste contexto, a expectativa é mobilizar a sociedade e os órgãos competentes a agirem de forma coordenada para mitigar essa forma de violência, que atinge não só as vítimas diretamente, mas também suas famílias e comunidades.
Com informações e fotos da Câmara dos Deputados