No próximo dia 3 de julho, uma quarta-feira, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, será ouvida em uma audiência promovida pelas comissões de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial, e de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados. A sessão, programada para as 10 horas no plenário 9, terá como foco principal os gastos e as atividades da pasta comandada por Anielle Franco, especialmente em relação às ações implementadas no estado do Rio Grande do Sul.
Esta audiência foi solicitada pelos deputados Kim Kataguiri (União-SP) e Helio Lopes (PL-RJ). O deputado Helio Lopes destacou que a ministra recentemente postou, e posteriormente deletou, comentários em suas redes sociais que vinculavam a crise no Rio Grande do Sul à importância do voto consciente. Tal postagem gerou uma onda de críticas na mídia. Lopes mencionou que o jornal “O Estado de S. Paulo” acusou a ministra de utilizar a tragédia para fins de proselitismo político, enquanto a “Folha de S.Paulo” afirmou que o ministério priorizou grupos específicos, como ciganos e quilombolas, na distribuição de auxílios emergenciais. O deputado sublinhou que, embora a prioridade dada a esses grupos possa ser compreensível devido à sua vulnerabilidade, é imperativo que a ministra forneça uma explicação detalhada e transparente sobre tais escolhas. Além disso, Lopes sugeriu que a remoção da postagem pode representar uma violação ao direito à informação.
Outro ponto crucial a ser abordado na audiência diz respeito aos gastos do ministério sob a gestão de Anielle Franco. O deputado Kim Kataguiri manifestou preocupação sobre o uso de cerca de R$ 6,1 milhões em despesas relacionadas a viagens de assessores e dirigentes, durante o ano de 2023. Kataguiri expressou descontentamento com o que considera um desvio significativo do orçamento ministerial para custear viagens, inclusive questionando a utilização de aeronaves da Força Aérea Brasileira para esses compromissos.
A convocação de Anielle Franco para esta audiência reflete a preocupação dos parlamentares em garantir a transparência e a accountability dos atos governamentais, especialmente no que se refere à gestão de recursos públicos e à priorização de políticas voltadas para as minorias e grupos vulneráveis. A expectativa é que a ministra forneça esclarecimentos detalhados que possam elucidar as ações de sua pasta e assegurar a conformidade com princípios de eficiência, justiça e transparência no serviço público.
Essa audiência se configura como uma oportunidade crucial para debater e esclarecer questões que envolvem não apenas a administração financeira do ministério, mas também a orientação e o impacto social das políticas implementadas, contribuindo para a construção de um diálogo mais transparente e eficaz entre os gestores públicos e a sociedade.
Com informações e fotos da Câmara dos Deputados