Um êxodo em massa está ocorrendo em Cuba, com mais de meio milhão de cubanos, ou 5% da população total de 11 milhões, abandonando a ilha em direção aos Estados Unidos nos últimos dois anos. O número crescente de emigrantes cubanos é uma séria preocupação, especialmente considerando que oito em cada dez desses indivíduos estão em idade produtiva, o que pode ter um impacto significativo na economia cubana.
Além disso, o México também se tornou um refúgio para os cubanos, com 37 mil solicitações de refúgio registradas entre 2022 e 2023. E a tendência parece estar se acelerando. Em agosto de 2023, 6 mil cubanos chegaram à fronteira entre o México e os EUA. Um mês depois, em setembro, o número saltou para 10 mil.
As cifras exatas deste êxodo cubano são desconhecidas, pois muitos cubanos também estão buscando refúgio em outros destinos, como a Espanha e outros países da América Latina. Diplomatas sul-americanos especulam que se esses números fossem incluídos, a magnitude do êxodo cubano seria ainda maior.
O governo dos Estados Unidos já registrou números superiores, em termos absolutos, a outras ondas de emigração cubana desde a revolução de 1959 liderada por Fidel Castro. Entre o momento da revolução e 1962, 250 mil cubanos abandonaram o país. Durante a década de 1980, outros 130 mil cubanos emigraram. Em meio à crise decorrente do colapso da ajuda de Moscou nos anos 90, mais 30 mil deixaram a ilha.
No entanto, a situação atual é sem precedentes. Uma das rotas de emigração mais populares entre os cubanos é o voo para a Nicarágua, país aliado liderado por Daniel Ortega. Desde 2021, os cubanos têm permissão para entrar na Nicarágua como “turistas”, e dali iniciam uma longa jornada a pé até a fronteira entre o México e os EUA. Este grande êxodo retrata o estado desesperador de Cuba e a busca contínua de seu povo por uma vida melhor.